A arte rupestre brasileira ganhaseu primeiro grande levantamento
Roberta Salomone, de Palmas
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Pouco antes da criação do estado do Tocantins, no fim da década de 80, um grupo de arqueólogos encontrou, bem próximo à futura capital, Palmas, um tesouro de valor inestimável. No alto da Serra do Lajeado, um paredão de mais de 80 metros de comprimento estampava pinturas feitas milênios antes da chegada dos primeiros portugueses. Por causa do acesso difícil (é preciso enfrentar uma caminhada de quase três horas no meio do mato para chegar até lá), as dezenas de figuras humanas e de animais, além de outras de significado desconhecido, permaneceram intactas e praticamente incógnitas até hoje. Só agora o local foi redescoberto. Ele integra o maior levantamento de arte rupestre já feito no Brasil, que abriga registros comprovados de até 10 000 anos (há pesquisadores que afirmam que existem há 30 000 anos). Coordenado pelo francês André Prous, um dos mais renomados arqueólogos em atividade no Brasil e um dos descobridores do esqueleto de Luzia, a mais antiga habitante do Brasil, o projeto será concluído até o fim do ano. E vai tornar público um tesouro até hoje só devidamente apreciado nos meios acadêmicos. "O acervo rupestre nacional é cada vez mais prestigiado internacionalmente, mas ainda pouco conhecido dos brasileiros", diz André Prous.
O Brasil tem cerca de 10 000 sítios arqueológicos cadastrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e há quem aposte que esse número chegue ao triplo. A maioria apresenta registros de arte rupestre. São pinturas e gravuras de importância comparável às das grutas de Altamira, na Espanha, e Lascaux, na França, cuja descoberta, na década de 40, revelou a existência de uma produção artística impressionante na pré-história. A arte rupestre está presente na maioria dos estados brasileiros. São desenhos feitos em diferentes períodos, que sugerem animais, rituais, danças, cenas de luta ou de sexo. Muitos são, aparentemente, apenas representações geométricas, enquanto outros podem significar uma surpreendente noção de astronomia . Seu estudo pode ajudar a entender como viviam nossos antepassados e a reconstituir a história da ocupação do Brasil antes da descoberta do país pelos portugueses. O projeto, financiado pela Petrobras, percorrerá quinze estados e registrará em um livro desde sítios já famosos, como o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, que abriga uma das maiores concentrações de arte rupestre do mundo e é tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade, até locais quase desconhecidos, como a Serra do Lajeado.
Apesar de sua importância, a arte rupestre brasileira vive ameaçada de desaparecer. Além da deterioração natural provocada pelo tempo, sofre com os danos causados pela ação poluidora de empresas de mineração, das queimadas, lavouras, pichações e com a depredação de turistas em busca de suvenires pré-históricos. Uma realidade que pode ser bem diferente. A gruta de Lascaux, na França, ganhou uma perfeita réplica da ambientação e das pinturas de 17 000 anos de idade. A falsa gruta recebe cerca de 2 milhões de pessoas por ano, enquanto a original fica protegida. "Não devemos subestimar o nosso patrimônio. É inaceitável que bens tão importantes para a humanidade corram risco de desaparecer por falta de informação", diz Gilson Martins, presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira.
Apesar de sua importância, a arte rupestre brasileira vive ameaçada de desaparecer. Além da deterioração natural provocada pelo tempo, sofre com os danos causados pela ação poluidora de empresas de mineração, das queimadas, lavouras, pichações e com a depredação de turistas em busca de suvenires pré-históricos. Uma realidade que pode ser bem diferente. A gruta de Lascaux, na França, ganhou uma perfeita réplica da ambientação e das pinturas de 17 000 anos de idade. A falsa gruta recebe cerca de 2 milhões de pessoas por ano, enquanto a original fica protegida. "Não devemos subestimar o nosso patrimônio. É inaceitável que bens tão importantes para a humanidade corram risco de desaparecer por falta de informação", diz Gilson Martins, presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira.
Quem eram os artistas
Desde o século XIX, quando ocorreram as primeiras descobertas arqueológicas no Brasil, os cientistas formulam hipóteses sobre os possíveis significados da arte rupestre. Mas interpretar essas imagens continua sendo um grande desafio para os arqueólogos.
• Vários eram os motivos que levavam nossos antepassados a se expressar através das pinturas. Aparentemente, alguns acreditavam que o desenho poderia atrair a caça, outros achavam que as figuras funcionariam como demarcador de território.
• Também pode ser que a arte rupestre servisse como forma de comunicação numa época em que não havia escrita. E os estudiosos não descartam nem a hipótese de que desenhar fosse para alguns apenas uma maneira de passar o tempo.
• Nossos primeiros artistas viviam em um país muito diferente do que conhecemos hoje. Há 10 000 anos, o clima era bem mais frio e a paisagem, dominada por campos e cerrados. A Floresta Amazônica não existia.
• Não há indícios de que o homem pré-histórico morasse em grutas no Brasil. Ele vivia em grupos pequenos e alimentava-se de frutos, raízes, além de caçar mamíferos. Grutas eram usadas apenas eventualmente, como abrigo.
• Os materiais utilizados para dar cor aos desenhos eram elementos da natureza, como argila, carvão e óxido de ferro. Com eles era possível alcançar diferentes tonalidades.
História da Arte
A arte na Pré-História
A arte na Pré-História
Consideramos como arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram antes do surgimento das primeiras civilizações e portanto antes da escrita. No entanto isso pressupõe uma grande variedade de produção, por povos diferentes, em locais diferentes, mas com algumas características comuns.A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações específicas, como a caça.
Cabe lembrar que as cenas de caça representadas em cavernas não descreviam uma situação vivida pelo grupo, mas possuía um caráter mágico, preparando o grupo para essa tarefa que lhes garantiria a sobrevivência.As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente de 25000a.C., portanto no período paleolítico. Na França encontramos o maior número de obras pré históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho.
Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou fabricadoscom fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras as construções que serviam de habitação.
Os homens da Pré-História Essa pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca.Esses monumentos de pedras foram denominados "megalíticos" e podem ser classificados de: dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba; menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires e dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na Inglaterra.Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualisticas.EsculturaA escultura foi responsável pela elaboração tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas, principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade;Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de pedra pontiaguda.Durante o período neolítico europeu (5000aC - 3000dC) os grupos humanos já dominavam o fogo e passou a produção de peças de cerâmica, normalmente vasos, decorados com motivos geométricos em sua superfície; somente na idade do bronze a produção da cerâmica alcançou grande desenvolvimento, devido a utilização na armazenagem de água e alimentosPinturaAs principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no interior de cavernas, em paredes de pedra e a princípio retratavam cenas envolvendo principalmente animais, homens e mulheres e caçadas, existindo ainda a pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é considerada portanto como naturalista.No período neolítico a pintura é utilizada como elemento decorativo e retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos, como espátulas.Por volta de 2000aC as características da pintura a apresentavam um nível próximo à de formas escritas, preservando porém seu caráter mágico ou religiosos, celebrando a fecundidade ou os objetos de adoração (totens).
APÓS LER O TEXTO OS ESCREVER NO CADERNO AS CONCLUSÕES.
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