quinta-feira, 30 de abril de 2009

ESQUEMA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


HISTÓRIA DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

ESQUEMA - RESUMO

http://www.youtube.com/watch?v=s_vPzpTG_zQ


Causas da Primeira Guerra Mundial:
- Imperialismo : Partilha da África e Ásia (insatisfação da Itália e Alemanha que ficaram com territórios pequenos e desvalorizados)
- Concorrência econômica entre as potências européias e corrida armamentista: política da Paz Armada
- Nacionalismos (pan-germanismo e pan-eslavismo) e rivalidades entre as potências

Início da Guerra
- Estopim (começo) : assassinato do príncipe do Império Austro-Hungaro Francisco Ferdinando
- A guerra espalha-se pela Europa e por outras nações do mundo
- Formação de Alianças: Entente (Inglaterra, França e Rússia) x Aliança ( Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro)
- Brasil participa ao lado da Tríplice Entente, enviando enfermeiros e medicamentos
- Guerra de Trincheiras

Novas Tecnologias de Guerra
- A participação das Mulheres como operárias na indústria de armamentos
- Uso de aviões, submarinos e tanques de guerra.

O Fim da Guerra
- 1917 : entrada dos EUA e derrota da Tríplice Aliança ( Alemanha e Império Austro-Húngaro)
Saída da Rússia
- O Tratado de Versalhes: imposições a Alemanha
- Resultado da Guerra : 10 milhões de mortos / cidades destruídas / Campos arrasados

sexta-feira, 24 de abril de 2009

UMA LIÇÃO DE VIDA - ACESSE E ENTENDA AS RAZÕES

http://www.youtube.com/watch?v=PO3HQDtmqMs&feature=popular

DOUTRINAS IMPERIALISTAS DOS EUA


Imperialismo Americano - Justificativas Ideológicas


ASSISTA AO CLIP


http://www.youtube.com/watch?v=RtvIDA_dPSs


Fabiana Serra Publicado em: abril 09, 2007
A palavra imperialismo ou neocolonialismo quer dizer domínio. Tem sua origem na Revolução Industrial. O primeiro país que lançou uma política imperialista foi a Inglaterra. A origem do país se deu entre os séculos XVI e XVII. Nessa época surgiram na costa leste dos EUA as 13 colônias. No final do século XVIII, essas 13 colônias se uniram e fizeram a Revolução Americana, que marcou a independência dos EUA e deu origem aos estados independentes.Nesse período houve a Guerra da Independência dos EUA, onde as 13 colônias lutaram contra a Inglaterra. Em 1783 há o reconhecimento da independência americana por parte da Inglaterra. Surge, então, a Constituição dos EUA, que é mantida até os dias atuais, pois nela contém apenas princípios. A Constituição americana estabelece que:
Ads by Google• Os EUA tenham o Regime Republicano• O sistema seja presidencialista• Que tenha uma forma federativa (autonomia administrativa) Os três primeiros presidentes dos Estados Unidos da América foram: • George Washington• Thomas Jefferson• John Adams Após a conquista da Independência dos EUA, a parte norte do país se industrializa bem mais rápido do que a parte sul devido à sua colonização.* 08 colônias ao norte e 05 colônias ao sul.1. A Doutrina Monroe e o Destino Manifesto A Doutrina Monroe surgiu em dezembro de 1823, no governo de James Monroe. Nasceu como forma de reação à política de restauração (Congresso de Viena – voltar tudo como era antes de Napoleão). A Doutrina Monroe baseava-se em: • Direito de independência do povo estadunidense• Política isolacionista (Não intervenção dos EUA em assuntos europeus e nem a intervenção de países europeus em assuntos da América) Daí surgiu o slogan: “América para os americanos”. A Doutrina Monroe foi também utilizada pelos americanos para evocar o seu “Destino Manifesto”, que baseava-se na idéia de que o povo estadunidense teria recebido de Deus a missão de expandir-se e liderar a América e depois o mundo. 2. Corolário Polk O Corolário Polk foi criado no governo de John Knox Polk. Tinha suas bases da Doutrina Monroe, ou seja, era a aplicação prática da mesma. Foi utilizado como justificativa para a expansão estadunidense sobre as terras do México. Esta expansão envolvia as regiões dos atuais estados do Texas, Novo México, Califórnia, Utah, Colorado, Nevada e Arizona Em 1848 houve um conflito com o México, onde 2<3 class="titleLink" id="ctl00_ContentBoxMain_hlSearchTitle" onclick="javascript:LinkToPage('','link_id=68')" href="http://pt.shvoong.com/tags/imperialismo-americano-justificativas-ideol%C3%B3gicas/">Imperialismo Americano - Justificativas Ideológicas por Fabiana Serra


quinta-feira, 16 de abril de 2009

A FRANÇA NO SÉCULO XIX






AULA – SEGUNDO C – DIA 16 DE ABRIL


1. O CONGRESSO DE VIENA

O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências européias que teve lugar na capital austríaca, entre 1 de Outubro de 1814 e 9 de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleônica na primavera anterior, iniciar a recolonização (como visto na Revolução Liberal do Porto, no caso do Brasil), restaurar os respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte (como a restauração dos Bourbon) e firmar uma aliança entre os signatários.

2. FRANÇA:
- GOVERNO DE LUÍS FELIPE
- MONARCA CONSTITUCIONAL
- MANTEVE MEDIDAS LIBERAIS
- NÃO CONSEGUIU CONCILIAR OS INTERESSES
- MORREU EM 1824

- GOVERNO DE CARLOS X: ABSOLUTISTA CONVICTO – DEFENSOR DA TEORIA DO DIREITO DIVINO. EXERCE O PODER COM EXTREMA AUTORIDADE. GERA UM CAOS ECONÔMICO E ESSE UMA ONDA REVOLUCIONÁRIA. A FRANÇA E EM ESPECIAL PARIS VOLTAM A VIVER UM CLIMA REVOLUCIONÁRIO.
- A BURGUESIA E O POVO SE UNIRAM CONTRA O REI.
- CARLOS X, TEMENDO PELA SUA VIDA RENUNCIA AO TRONO E FOGE DA FRANÇA.

NOVO VAZIO DE PODER: DISPUTAM O CONTROLE DO PAIS:
A) BONAPARTISTAS
B) ABSOLUTISTAS
C) BURGUESES
D) A CLASSE OPERÁRIA
QUEM ASSUME?

LUIS BONAPARTE ( SEGUNDA REPÚBLICA FRANCESA)

SEU GOVERNO:
- FOI FAVORECIDO PELO CRESCIMENTO ECONÔMICO
- CONSEGUIU GRANDE APOIO POPULAR
- PASSOU A CONTAR COM O APOIO DA BURGUESIA
- SE FORTALECEU E PASSOU A QUERER AUMENTAR SEU PODER POLÍTICO.

DEVIDO AO APOIO POPULAR LUIS BONAPARTE CONVOCA UM PLEBISCITO PARA SABER SE O POVO APOIARIA SUA INICIATIVA DE SER O NOVO IMPERADOR DA FRANÇA. COMO SEU TIO, LUIS DÁ UM GOLPE E CRIA O SEGUNDO IMPÉRIO ASSUMINDO O PODER COM O NOME DE NAPOLEÃO III.

COMO NAPOLEÃO III, ELE COMETE UMA SÉRIE DE ABUSOS:
A) ELIMINA TODAS AS CONQUISTAS SOCIAIS
B) PASSA A EXERCER O PODER DE MODO AUTORITÁRIO
C) DESCONSIDERA AS REIVINDICAÇÕES POPULARES
D) ENVOLVE A FRANÇA EM DIVERSAS GUERRAS
· GUERRA DA CRIMÉIA
· INTERFERÊNCIA NO MÉXICO
· GUERRA FRANCO-PRUSSIANA

APÓS A GUERRA, NAPOLEÃO III PERDE O PODER. A FRANÇA É OBRIGADA A ASSINAR O TRATADO DE VERSALHES ONDE PERDE O TERRITÓRIO DA ALSÁCIA LORENA E A INDENIZAR A PRÚSSIA. NASCE DAÍ O SENTIMENTO DE REVANCHE, UMA DAS CAUSAS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

NO PLANO INTERNO EXPLODE A COMUNA DE PARIS.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A ORIGEM DOS FEUDOS


Extraído do Jornal Arca da AliancaJornal Arca da Aliança

Sua origem na formação da futura Europa

No século XV, época em que as "cidades" no velho continente eram pouco mais que pequenos clarões na imensa floresta, mais precisamente na sua parte ocidental, deu-se início um período da história antiga chamado Idade Média. Para entender o Feudalismo genealogicamente é preciso saber um pouco mais sobre este período; sobretudo, que qualquer período da história, seja ela antiga, moderna ou contemporânea, nunca tem um dia exato de começar. Quando um grande fato acontece nada mais é que uma junção de pequenos acontecimentos e pequenas mudanças que vêm ocorrendo anteriormente de forma gradativa. Essas pequenas mudanças são até muito mais importantes que as grande datas. Entende-se agora porque torna-se impossível conhecer o dia em que iniciaram os tempos medievais, consequentemente o próprio período FEUDAL.
No início, bárbaros não travavam batalhas com os romanos
No século V d.C., as fronteiras do império Romano eram habitadas pelos povos Germânicos. Nessa época esses povos, lançando-se uns sobre os outros, "invadiram" os domínios imperiais. Os "Bárbaros", como assim eram chamados (e a todos que não faziam parte do império Romano), instalaram-se nas terras vizinhas na qualidade de trabalhadores agrícolas, atitude esta que muitas vezes evitava batalhas sangrentas com exército Romano. Na verdade este contato "Bárbaros-Romanos", iniciara-se muito antes das "invasões", em torno de trezentos anos antes, quando foram os Romanos que marcharam sobre territórios Germânicos, ocupando por um bom tempo parte dele. Os "Bárbaros", então com Romanos sob seus domínios, começaram a alternar-se no poder. As peças moviam-se no tabuleiro político sobre o qual formava-se a futura Europa - Qualquer semelhança com a política atual talvez não seja mera coincidência. Até que surgisse uma direção mais forte entre os "Bárbaros" (Suevos, Álanos e Vândalos, e outros), a situação estabeleceria-se assim por muito tempo. Os "Bárbaros" assemelhavam-se pelas suas tradições e pela língua, quase comum, mas estavam longe de formar uma etnia única. Além do território Romano ocupado, os "Bárbaros" dispersaram-se para outros lugares. Para a Península Ibérica rumaram inicialmente os Álanos, Suevos e Vândalos. Em seguida para o mesmo local foram os Visigodos que empurraram os Suevos para território Português. Para a Itália foram também, além dos Visigodos, seus irmãos, os Ostrogodos, e mais tarde, os Lombardos. Quanto à região de Gália (onde hoje está a França), chegou a ser dividida entre Romanos, Visigodos, Burgundios e Francos, sendo que os últimos conseguiram assumir sozinhos o poder sobre este vasto território. Enquanto todas essas mudanças e "perambulações" continuavam pela futura Europa, Átila, o rei dos Hunos, exercia um certo fascínio sobre os "Bárbaros". O povo Huno, após dominar a China por muitos e muitos anos (segundo alguns historiadores por quase trezentos anos), voltou-se contra o ocidente atacando Gregos e Germânicos. Esses mesmos historiadores, e muitos outros, ainda acreditam que foram os Hunos os responsáveis pela invasão Germânica nas terras Romanas, pois, ao voltarem da Ásia, lançaram-se sobre os Germânicos com tamanha violência que o impacto desta pôs estes povos em marcha forçada rumo ao império Romano.
[ - Quem eram então estes Hunos que extrema relevância tiveram na formação da Europa e origem do FEUDALISMO? - deve estar se perguntando o amigo leitor. ]
Conduzidos inicialmente por Rúgilas e depois por seu famoso sobrinho, Átila, montavam cavalos de baixa estatura e eram considerados os mais ferozes bárbaros. Sobre eles, um Romano de nome Amiano Marcelino, que viveu no século III d.C. deixou a seguinte descrição: "O povo dos Hunos, pouco conhecido pelos antigos monumentos, vivendo perto do Oceano Glacial, excede todos os modos de ferocidade, tendo o aspecto físico meio disforme (feios, peludos, membros compactos e pescoços grossos), os Hunos vestem-se com tecidos de linho ou com peles de ratos silvestres cosidas umas as outras. Não sentem necessidade nem de fogo nem de comida saborosa, podem comer desde raízes de plantas selvagens até carne crua de qualquer espécie (inclusive seus próprios cavalos).
A força da Igreja na Idade Média e na origem do feudalismo
No entanto, ao mesmo tempo em que exerciam um dúbio sentimento (atração e repulsa), Átila e suas tribos guerreiras representavam para os Germânicos em movimento o modelo de organização política mais fácil de copiar. Mas, na medida em que foram se fixando no território Germânico, o nomadismo Huno de pouco serviria, e os "Bárbaros" Germâmicos passaram a acalentar a idéia de reconstruir o império sob sua própria direção. Vale salientar que a igreja foi a única força que se manteve, e inclusive se ampliou, durante e depois das invasões. A maior parte dos "Barbaros", ao abandonar sua origem pagã, seguiu um ramo do cristianismo contrário [à Igreja] Romana. Eram arianos, ou seja, consideravam a figura de cristo como intermediária entre a divindade e a humanidade, e Roma não apoiava o que considerava uma heresia. De todos os "bárbaros" instalados no continente, apenas os Francos continuavam pagãos. Roma, evidentemente, condenava o paganismo, mas a igreja acumulara tanto poder que os próprios imperadores precisavam de seu apoio para poder se impor. Assim, Clóvis, o rei dos Francos, converteu-se ao catolicismo, levando consigo todo o seu exército a fazer o mesmo. O que nota-se nesse primeiro capítulo sobre o FEUDALISMO é até que ponto a igreja foi força relevante na transição IDADE MÉDIA/FEUDALISMO. Muito mais que isto, os fatos mostram a igreja como poder dominante, assim como os imperadores da época, os verdadeiros senhores FEUDAIS. Enquanto o Rei e a Nobreza tinham suas propriedades divididas por casamentos, heranças, favores e lutas constantes, a igreja pôde acumular entre 20 e 35% de todas as terras, sobretudo com conchavos, pressões políticas e atos mais cruéis, como a inquisição. Afinal, o que é FEUDALISMO? É importante conhecer o significado da palavra para depois comparar às explanações dos fatos e informações que se tem sobre a vida das pessoas, pois sabemos muito bem que nem sempre as palavras condizem com a realidade. O termo FEUDAL vem de FIEF, FEODUM, sua origem é Germânica e designa o direto que se desfruta sobre qualquer bem, geralmente uma terra. Não se trata, porém, de uma propriedade no sentido atual, mas de usufruto, um direito de uso. Assim o FEUDO poderia ser considerado uma forma de posse. FEUDAL seria então aquilo que se relaciona [ao] feudo, e feudalismo acabou por se transformar numa palavra que designa um período da história.

ISLAMISMO

ISLAMISMO:

Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (chamado O Profeta), contidos no livro sagrado islâmico, o Alcorão.
A palavra islã significa submeter-se e exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados muçulmanos - muslim, em árabe, aquele que se subordina a Deus. Fundado na região da atual Arábia Saudita, o islamismo é a segunda maior religião do mundo. Perde apenas para o cristianismo em número de adeptos. Seus fiéis se concentram, sobretudo, no norte da África e na Ásia.
O nome Maomé (570-632) é uma alteração hispânica de Muhammad, que significa digno de louvor. O Profeta nasce em Meca, numa família de mercadores. Começa sua pregação aos 40 anos, quando, segundo a tradição, tem uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revela a existência de um Deus único. Na época, as religiões da península Arábica são o cristianismo bizantino, o judaísmo e uma forma de politeísmo que venera vários deuses tribais. Maomé passa a pregar sua mensagem monoteísta e encontra grande oposição. Perseguido em Meca, é obrigado a emigrar para Medina, em 622. Esse fato, chamado Hégira, é o marco inicial do calendário muçulmano. Em Medina, ele é reconhecido como profeta e legislador, assume a autoridade espiritual e temporal, vence a oposição judaica e estabelece a paz entre as tribos árabes. Quase dez anos depois, Maomé e seu exército ocupam Meca, sede da Caaba, a pedra sagrada de 15 m de altura que é mantida coberta por um tecido negro, já então um centro de peregrinação. Maomé morre no ano 632 como líder de uma religião em expansão e de um Estado árabe que começa a se organizar politicamente.
O Alcorão (do árabe al-qur'ãn, leitura) é a coletânea das revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. É dividido em 114 suras (capítulos), ordenadas por tamanho. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça nas relações entre as pessoas. Neles estão incorporados elementos fundamentais do judaísmo e do cristianismo, além de antigas tradições religiosas árabes. O Alcorão inclui muitas das histórias do Antigo Testamento judaico e cristão, como a de Adão e Eva. Depois de desobedecer a Deus, Adão viajou e construiu a primeira Caaba. Após o dilúvio, Abraão, considerado o primeiro muçulmano, a reconstruiu. Do Novo Testamento, o Alcorão registra passagens da vida de Jesus Cristo, reverenciado pelos muçulmanos como um profeta que em sua religião só é sobrepujado em importância pelo próprio Maomé. Os muçulmanos acreditam na vida após a morte, na vinda do anti-Cristo e na volta de Jesus Cristo para vencê-lo, no Juízo Final e na ressurreição final de todos os mortos. A segunda fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos baseados nos ahadith (ditos e feitos do profeta).

A vida religiosa do muçulmano tem práticas definidas pela Sharia, o caminho que o muçulmano deve seguir na vida. A Sharia define normas de conduta, comportamento e alimentação, além dos chamados pilares da religião. O primeiro pilar é a shahada ou profissão de fé: Não há outro Deus a não ser Alá, e Maomé é seu profeta. Esse testemunho é a chave da entrada do fiel para o Islamismo. O segundo pilar são as cinco orações diárias comunitárias (slãts), durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e curvado em direção a Meca. Às sextas-feiras realiza-se um sermão de um verso do Alcorão, de conteúdo moral, social ou político. O terceiro pilar é uma taxa chamada zakat. Único tributo permanente ditado pelo Alcorão, é pago anualmente em grãos, gado ou dinheiro. É empregado no auxílio aos pobres e no resgate de muçulmanos presos em guerras. O quarto pilar consiste em cumprir o jejum completo nos dias do mês do Ramadã. O quinto pilar é o hajj ou a peregrinação a Meca, que precisa ser feita pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano que tenha condições físicas e econômicas para realizá-la.
A esses cinco pilares, a seita khawarij adicionou o jihad. Traduzido comumente como Guerra Santa, significa a batalha para reformar o mundo, um dos objetivos do Islamismo. É permitido o uso dos exércitos nacionais como meio de difundir os princípios do islã. Segundo a doutrina muçulmana, as guerras, porém, não podem visar à expansão territorial nem a conversão forçada de pessoas. Por isso, o jihad não é aceito por toda a comunidade islâmica.
Durante todo o nono mês lunar de cada ano, guarda-se o Ramadã, e, do amanhecer ao pôr-do-sol, o muçulmano celebra a revelação do Alcorão a Maomé e comemora sua primeira vitória militar contra Meca. Enquanto é dia, os fiéis não podem comer, beber, fumar ou manter relações sexuais, embora trabalhem normalmente. Mas as restrições não são mantidas durante as noites, e as ruas se enchem de pessoas que comemoram alegremente a revelação feita a seu profeta. A celebração do Eid el Adha lembra a disposição de Abraão em sacrificar a Alá seu próprio filho, Ismael (na tradição judaico-cristã o filho seria Isaque). Na época de Eid el Adha também acontece a peregrinação a Meca. O Ano-Novo islâmico é comemorado no Dia de Hégira, o 1º do mês Muharram. O marco é o ano de 622, quando Maomé deixa Meca. Os lugares mais sagrados do Islamismo são Meca, cidade onde fica a Caaba, Medina, lugar onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo), e Jerusalém, cidade onde o profeta ascendeu aos céus durante uma viagem noturna em que foi ao paraíso e se encontrou com Moisés e Jesus Cristo.
JIHAD SEGUNDO OS MUÇULMANOS
EXPLICANDO O "JIHAD"

Linguisticamente, a palavra árabe "jihad" significa "esforço" ou "empenho" e se aplica a todo esforço ou empenho despendido na execução de qualquer ação. Neste sentido, um estudante se esforça, ou se empenha, para ter o seu diploma, um empregado se esforça, ou se empenha, em seu trabalho e mantém boas relações com o seu empregador, um político se esforça, ou se empenha, para manter ou aumentar sua popularidade entre seus eleitores, e assim por diante. O termo "esforço" ou "empenho" pode ser usado tanto por muçulmanos como por não muçulmanos. Disse Deus no Alcorão:
"E recomendamos ao homem benevolência para com seus pais; porém, se te forçarem a associar-Me ao que ignoras, não lhes obedeças. Sabei (todos vós) que o vosso retorno será a Mim, e, então, inteirar-vos-ei de tudo quanto houverdes feito." (Cap: 29:8; ver também 3l:15)
Os versículos acima se referem aos pais não muçulmanos que se empenham (jahadaka) para trazer o filho muçulmano de volta à religião deles.
No ocidente, "jihad" geralmente é traduzido como "guerra santa", um uso popularizado pela mídia. De acordo com os ensinamentos islâmicos, não se deve estimular ou começar uma guerra. Contudo, algumas guerras são inevitáveis ou se justificam. Se buscarmos no árabe o termo "guerra santa" encontraremos "harbun muqaddasatu" ou "al-harbu al-muqaddasatu". DESAFIAMOS qualquer pesquisador a encontrar no Alcorão, ou nas coleções de Hadith, ou em qualquer outra literatura islâmica, o termo "jihad" com o significado de "guerra santa". Infelizmente, alguns escritores muçulmanos e tradutores do Alcorão, do Hadith e da literatura islâmica em geral, traduzem o termo "jihad" como "guerra santa", devido à influência de séculos de propaganda ocidental. Talvez isto se deva ao fato de o termo "Guerra Santa" ter sido usado primeiramente pelos cristãos para se referirem às Cruzadas. No entanto, as palavras árabes para o termo "guerra" são "harb" ou "qital", que são encontradas no Alcorão e no Hadith.
Para os muçulmanos, o termo "jihad" se aplica a todas as formas de empenho e, através dos tempos foi desenvolvendo alguns significados especiais. A seguir, damos alguns desses significados, conforme encontrados em diversos contextos do Alcorão e do Hadith:
1. CONHECER O CRIADOR E AMÁ-LO AO MÁXIMO
É da natureza humana gostar do que pode ser visto com os olhos ou sentido com os sentidos mais do que a REALIDADE INVISÍVEL. O Criador do universo e o Deus Único é Allah. Ele é a Realidadde Invisível que tendemos a ignorar ou a não reconhecer. O Alcorão se dirige àqueles que alegam ser fiéis:
"Ó fiéis, não tomeis por confidentes vossos pais e irmãos, se preferirem a incredulidade à fé; aqueles, dentre vós, que os tomarem por confidentes serão iníquos. Dize-lhes: Se vossos pais, vossos filhos, vossos irmãos, vossas esposas, vossa tribo, os bens que tenhais adquirido, o comércio, cuja estagnação temeis, e as casas nas quais residis, são-vos mais queridos do que Deus e Seu Mensageiro, bem como a luta por Sua causa, aguardai, até que Deus venha cumprir os Seus desígnios. Sabei que Ele não ilumina os depravados." (Cap. 9:23-24)
Na verdade, é uma luta árdua colocar Deus à frente de todas as nossas preferências, entes queridos, riquezas, ambições mundanas, nossas vidas, enfim. Especialmente para os não muçulmanos que abraçam o Islam, pode ser pior, por causa da oposição que pode surgir na família, entre os companheiros, ou no seu grupo social.
2. RESISTIR À PRESSÃO DOS PAIS, COMPANHEIROS, SOCIEDADE:
Uma vez que a pessoa decidiu colocar em sua mente o Criador do Universo acima de todas as coisas, muitas vezes ela vive intensas pressões. Não é fácil resistir a tais pressões e se EMPENHAR para manter a dedicação e o amor a Deus acima de tudo. Alguém que chegou ao Islam, vindo de outra religião, pode ter que se sujeitar às pressões que acontecem à sua volta para que retorne à religião de seus pais. Lemos no Alcorão:
<"Não dê ouvidos aos incrédulos; mas combate-os (jahidhum) com denodo, com este (Alcorão)." (Cap. 25:52)
3. MANTER-SE FIRMEMENTE NO CAMINHO RETO:
Disse Deus no Alcorão:
"E combatei (jadihu) com denodo (jihadihi) pela causa de Deus; Ele vos elegeu. E não vos impôs dificuldade alguma na religião …" (Cap. 22:78)
"Quanto àquele que lutar pela causa de Deus, o fará em benefício próprio; porém, sabei que Deus pode prescindir de toda a humanidade." (Cap. 29:6)
Quanto àqueles que se esforçam e se empenham para viver como verdadeiros muçulmanos, cuja vida se torna difícil por causa da perseguiçção de seus oponentes, é-lhes dito que procurem um lugar mais pacífico e tolerante e que continuem com a sua luta pela causa de Deus. Diz Deus no Alcorão:
"Aqueles a quem os anjos arrancarem a vida, em estado de iniquidade, dizendo: Em que condições estáveis? Dirão: Estávamos subjugados, na terra (Makka). Dir-lhes-ão os anjos: Acaso, a terra de Deus não era bastante ampla para que migrásseis?" (Cap. 4:97)
"Aqueles que creram, migraram e combateram pela causa de Deus poderão esperar de Deus a misericórdia, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Cap. 2:218)
Deus testa os fiéis em sua fé e firmeza:
"Pretendeis, acaso, entrar no Paraíso, sem que Deus Se assegure daqueles, dentre vós, que combatem e que são perseverantes?" (Cap. 3:142)
"Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu (ó Mensageiro) anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes." (Cap. 2:155)
Sabemos que o Profeta Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) e seu clã sofreram boicote social e econômico por 3 anos, para forçá-los a parar com a divulgação da mensagem e a se comprometerem com os pagãos, mas eles resitiram e alcançoaram a vitória moral.
4. EMPENHO PELAS BOAS AÇÕES:
Deus afirma no Alcorão:
"Por outra, quanto àqueles que diligenciam por Nossa causa, encaminhá-los-emos pela Nossa senda. Sabei que Deus está com os benfeitores." (Cap. 29:69)
Quando nos deparamos com dois interesses conflitantes, começa a "jihad" para se fazer a escolha certa. Certa vez, um homem perguntou ao Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele):
"'Devo juntar-me à jihad?' E ele perguntou: 'Seus pais estão vivos?' O homem disse, 'Sim'. 'Então, empenhe-se em servi-los!'" (Sahih Al-Bukhari #5972)
Em outra ocasião, um homem perguntou ao Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele):
"'Que jihad é a melhor?' Ele respondeu, 'Uma palavra de verdade frente a um governante opressor!'" (Sunan Al-Nasa'I #4209)
O Mensageiro de Deus disse:
"… o MUJAHID (o que cumpre a jihad) é aquele que SE ESFORÇA contra si mesmo por conta de Deus, e o MUHAJIR (o que emigra) é aquele que deixa para trás as más ações e o pecado." (Sahih Ibn Hibban #4862)
5. TER A CORAGEM E A FIRMEZA PARA LEVAR A MENSAGEM DO ISLAM
O Alcorão relata a experiência de grande número de profetas e pessoas justas que sofreram bastante por tentar transmitir a mensagem de Deus à humanidade. Como exemplos, ver o Alcorão 26:1-190, 36:13-32. No Alcorão Deus elogia aqueles que se esforçaram para levar Sua mensagem:
"E quem é mais eloquente do que quem convoca (os demais) a Deus, pratica o bem e diz: Certamente sou um dos muçulmanos?" (Cap. 41:33)
É preciso muito coragem para, sob condições adversas, permancer muçulmano, se declarar muçulmano e convocar os outros para o Islam. Lemos no Alcorão:
"Somente são fiéis aqueles que crêem em Deus e em Seu Mensageiro e não duvidam, mas sacrificam os seus bens e as suas pessoas pela causa de Deus. Estes são os verazes." (Cap. 49:15)
6. DEFENDER O ISLAM E A COMUNIDADE
Diz Deus, no Alcorão:
"Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Deus é Poderoso para socorrê-los. São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Deus!…" (Cap.22:39-40)
O Alcorão permite a luta para a defesa da religião do Islam e dos muçulmanos. Esta permissão inclui a auto-defesa e a luta para a proteção da família e da propriedade. Os primeiros muçulmanos lutaram em muitas batalhas contra seus inimigos sob a liderança do Profeta Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) e seus representantes. Quando os pagãos coraixitas, por exemplo, trouxeram os exércitos contra o Profeta, os muçulmanos lutaram para defender a fé e a comunidade. O Alcorão acrescenta:
"Combatei pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores… E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos." (Cap. 2:190, 193)
7. AJUDA AOS ALIADOS, MESMO QUE NÃO SEJAM MUÇULMANOS:
Durante sua vida como Profeta, a tribo de Banu Khuza'ah tornou-se aliada de Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele). Eles viviam próximo à cidade de Meca, que era governada pela tribo dos coraixitas, a qual pertencia Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele). A tribo de Banu Bakr, aliada dos coraixitas, conseguindo a ajuda de alguns elementos dos Coraix, atacou Banu Khuza'ah, que invocando a existência de um tratado entre eles, pediu ajuda ao Profeta. Ele veio em seu socorro e puniu os coraixitas. O próprio Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) organizou a campanha contra os coraixitas de Meca, o que resultou na reconquista da cidade, sem qualquer batalha.
8. AFASTAR OS TRAIDORES DO PODER:
No Alcorão, Deus ordena aos muçulmanos:
"E se suspeitas da traição de um povo, rompe o teu pacto do mesmo modo, porque Deus não estima os traidores." (Cap. 8:58)
O Profeta Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) empreendeu inúmeras campanhas armadas para afastar os traidores do poder. Ele pactuou com diversas tribos, contudo, algumas delas acabaram se mostrando traidoras. O Profeta iniciou campanhas armadas contra essas tribos, derrotando-as e exilando-as de Medina e de seus arredores.
9. DEFESA ATRAVÉS DE ATAQUES PREVENTIVOS:
Na verdade, é muito difícil a as pessoas se mobilizarem quando elas não conseguem ver invasores ou inimigos em seus territórios. No entanto, aqueles que são responsáveis pela segurança vêem o perigo com antecedência. O Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) tinha a responsabilidade de proteger seu povo e a religião que ele estabeleceu na Arábia. Sempre que ele recebia informações sobre a reunião de inimigos próximo às fronteiras de seu território, ele promovia ataques antecipados de surpresa e assim os dispersava. Deus ordenou aos muçulmanos no Alcorão:
"Está-vos prescrita a luta (pela causa de Deus), embora a repudieis.É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe e vós ignorais." (Cap. 2:2l6)
10. CONQUISTAR A LIBERDADE PARA INFORMAR, EDUCAR E LEVAR A MENSAGEM DO ISLAM EM UM AMBIENTE ABERTO E LIVRE:
Diz Deus no Alcorãro:
"Quando te perguntarem se é lícito combater no mês sagrado, dize-lhes: A luta durante este mês é um grave pecado; porém, desviar os fiéis da senda de Deus, negá-Lo, privar os demais da Mesquita Sagrada e expulsar dela (Makka) os seus habitantes é mais grave ainda, aos olhos de Deus, porque a perseguição é pior do que o homicídio. Os incrédulos, enquanto puderem, não cessarão de vos combater até vos fazerem renunciar à vossa religião …" (Cap. 2:2l7)
"E que, quando são afligidos por um erro opressivo, sabem defender-se." (Cap. 42:39)
Para alcançar esse liberdade, o Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) disse:
"Combatam os infiéis com suas mãos e palavras." (Sahih Ibn Hibban #4708)
A vida do Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) foi cheia de EMPENHO para conquistar a liberdade de informar e transmitir a mensagem do Islam. Durante sua permanência em Makka ele jamais usou métodos violentos e após o estabelecimento de seu governo em Medina, com a permissão de Deus, ele empreendeu campanhas armadas contra seus inimigos sempre como último recurso.
11. LIBERTAR AS PESSOAS DA TIRANIA:
Deus adverte os muçulmanos no Alcorão:
"E o que vos impede de combater pela causa de Deus e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? Que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Makka), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, de Tua parte, um protetor e um socorredor." (Cap. 4:75)
A missão do Profeta (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) foi libertar as pessoas da tirania e da exploração dos sistemas opressores. Uma vez libertas, as pessoas eram livres para escolher o Islam ou não. Os sucessores do Profeta continuaram seguindo seus passos e seguiram socorrendo os povos oprimidos. Após repetidos pedidos de ajuda pelos oprimidos da Espanha, os muçulmanos libertaram aquele país dos governantes tiranos. Após a conquista da Síria e do Iraque, os cristãos de Hims disseram aos muçulmanos:
"Gostamos de seu governo e de seu sistema de justiça muito mais do que o estado de opressão e tirania sob o qual vivemos até agora."
Os governantes derrotados da Síria eram cristãos romanos e o Iraque era governado pelos persas da religião de Zoroastro.
O QUE OS MUÇULMANOS DEVEM FAZER QUANDO SÃO VITORIOSOS?
Os muçulmanos devem remover a tirania, a traição, a intolerância e introduzir a justiça e a equidade. Devemos providenciar o conhecimento verdadeiro e libertar as pessoas da escravidão do "associativismo" (SHIRK, ou múltiplos deuses), do preconceito, da superstição e da mitologia. Os muçulmanos removem a imoralidade, o medo, o crime, a exploração, que são substituídos pela moralidade divina, pela paz e pela educação. O Alcorão declara:
"Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes vossos semelhantes, fazei-o com equidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Oniouvinte, Onividente." (Cap. 4:58)
"Ó fiéis, sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho, a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsionei a serdes injustos para com eles. Sede justos, porque isto está mais próximo da piedade, e temei a Deus porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis." (Cap. 5:8)
"Entre os povos que temos criado, há um que se rege pela verdade, e com ela julga." (Cap. 7:181)
"Deus ordena a justiça, a caridade, o auxílio aos parentes e veda a obscenidade, o ilícito e a iniquidade. Ele vos exorta a que mediteis." (Cap. 16:90)
"São aqueles que, quando os estabelecemos na terra, observam a oração, pagam o "zakat", recomendam o bem e proíbem o ilícito. E em Deus repousa o destino de todos os assuntos." (Cap. 22:41)
O ISLAM EXPANDIU-SE PELA FORÇA, PELA ESPADA OU PELAS ARMAS?
A resposta inequívoca e enfática é NÃO! O Alcorão diz:<´> "Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro." (Cap. 2:256)
A seguir, vejamos o que T.W.Arnold, missionário cristão disse a respeito da expansão do Islam:
"… não sabemos de qualquer tentativa organizada para forçar a aceitação do Islam pela população não muçulmana, ou de qualquer perseguição intencional para alijar a religião cristã. Se os califas tivessem adotado este curso de ação, poderiam ter varrido o cristinanismo tão facilmente quanto os reis Ferdinando e Isabel, que baniram o Islam da Espanha, ou Luís XIV em relação ao protestantismo na França, ou os judeus que ficaram fora da Inglaterra por 350 anos. As igrejas orientais na Ásia foram completamente removidas da comunhão com o resto da comunidade cristã. Portanto, a existência dessas igrejas até os dias de hoje é a prova mais forte da atitude tolerante dos governos maometanos (sic) em relação a elas."
O Islam não ensina, nem os muçulmanos desejam, a conversão de qualquer pessoa pelo medo, pela ganância, casamento ou qualquer outra forma de coerção.
Concluindo, "jihad" é o EMPENHO NO CAMINHO DE DEUS com a caneta, a palavra, as mãos, a mídia e, se inevitável, com as armas. Contudo, "jihad" não inclui o empenho para se alcançar o poder individual ou nacional, a dominação, glória, riqueza, prestígio ou orgulho.
Por M. Amir Ali, Ph.D.
Nota: O presente trabalho faz parte de III&E, Série Brochuras nº l8, publicado pelo Instituto de Informação e Educação Islâmica (III&E)
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

SOCIOLOGIA - A INTOLERÂNCIA

Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.
Num sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos-de-vista diferentes. Como um constructo social, isto está aberto a interpretação. Por exemplo, alguém pode definir intolerância como uma atitude expressa, negativa ou hostil, em relação às opiniões de outrem, mesmo que nenhuma ação seja tomada para suprimir tais opiniões divergentes ou calar aqueles que as têm. Tolerância, por contraste, pode significar "discordar pacificamente". A emoção é um fator primário que diferencia intolerância de discordância respeitosa.
A intolerância está baseada no preconceito e pode levar à discriminação. Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social, como racismo, sexismo, homofobia, homofascismo, heterossexismo, etaísmo (discriminação por idade), intolerância religiosa e intolerância política. Todavia, não se limita a estas formas: alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias de qualquer pessoa.
Em sua forma cotidiana, a intolerância é uma atitude expressa através de argumentação raivosa, menosprezando as pessoas por causa de seus pontos-de-vista ou características físicas e/ou culturais, retratando algo negativamente devido aos próprios preconceitos etc. Num nível mais extremo, pode levar à violência; em sua forma mais severa, ao genocídio. Possivelmente, o exemplo mais infame na cultura ocidental seja o Holocausto. O colonialismo foi baseado em parte, na falta de tolerância para com culturas diferentes daquela da metrópole.
É motivo de controvérsia a legitimidade de um governo em aplicar a força para impedir aquilo que ele considera como incitamento ao ódio. Por exemplo, a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América permite tais manifestações sem risco de ação criminal. Em países como Alemanha, França, Portugal e Brasil, as pessoas podem ser processadas por tal atitude. Esta é uma questão sobre quanta intolerância um governo deve aceitar e como ele decide o que constitui uma manifestação de intolerância.
Enquanto prossegue o debate sobre o que fazer com a intolerância alheia, algo que freqüentemente ignora-se é como reconhecer e lidar com a nossa própria intolerância.
VÍDEOS SOBRE A INTOLERÂNCIA
E VOCE, O QUE TEM FEITO PARA COMBATER A INTOLERÂNCIA?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

CANTO GREGORIANO

O Canto Gregoriano é um gênero de música vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o organum, com o ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana, a idéia central do cantochão ocidental.As características foram herdadas dos salmos judaicos, assim como dos modos (ou escalas, mais modernamente) gregos, que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a polifonia (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.

VÍDEOS

http://www.youtube.com/watch?v=gsqWALgdJE8

http://www.youtube.com/watch?v=Cfk07-ywayE

http://www.youtube.com/watch?v=0ql7yshk2d0

http://www.youtube.com/watch?v=yMizvRN_EYE

ESTILO GÓTICO











O termo
Quando a nova estética se expande além das fronteiras francesas, a sua origem vai ser a base para a sua designação, art français, francigenum opus (trabalho francês) ou opus modernum (trabalho moderno). Mas vai ser só quando o Renascimento toma o lugar da linguagem anterior que os novos valores vão entrar em conflito com os ideais góticos e o termo actual nasce. Na Itália do século XVI , e sob a fascinação pela glória e cânones da antiguidade clássica, o termo gótico vai ser referido pela primeira vez por Giorgio Vasari, considerado o fundador da história da arte. Aos olhos deste autor e dos seus contemporâneos, a arte da Idade Média, especialmente no campo da arquitectura, é o oposto da perfeição, é o obscuro e o negativo, relacionando-a neste ponto com os Godos, povo que semeou a destruição na Roma antiga em 410. Vasari cria assim o termo gótico com fortes conotações pejorativas, designando um estilo somente digno de bárbaros e vândalos, mas que nada tem a ver com os antigos povos germânicos (visigodos e ostrogodos).
Somente alguns séculos mais tarde, durante o romantismo nas primeiras décadas do século XIX, vai ser valorizada a filosofia estética do gótico. A arte volta-se novamente para o passado, mas agora para o período misterioso e desconhecido da Idade Média. Goethe, também fascinado pela imponência das grandes catedrais góticas na Alemanha, vai acabar por ajudar ao impulso desta redescoberta da originalidade do período gótico, exprimindo as emoções que lhe são despertas ao admirar os gigantes edifícios de pedra.
Neste momento nasce o neogótico que define e expande o gosto pela utilização de elementos decorativos góticos e que reconhece pela primeira vez as diferenças artísticas que separam o estilo românico do gótico.

Contexto e primeiros passos
Os séculos XI e XII são séculos de mudanças sociais, políticas e económicas que em muito vão fazer despoletar as necessidades de uma expressão artística mais adequada às novas premissas sociais.O comércio está em expansão e a Flandres, como centro das grandes transacções comerciais, leva ao desenvolvimento das comunicações e rotas entre os diversos povos e reduz as distâncias entre si, facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de ideais estéticos entre os países. A economia prospera e nasce um novo mundo cosmopolita que se alimenta do turbilhão das cidades em crescimento e participa de um movimento intelectual em ascensão.
Paralelamente assiste-se ao crescimento do poder político representado pelo monarca e à solidificação do Estado unificado, poderosa entidade que vai aspirar a algo que lhe devolva a dignidade e a glória de outros tempos e que ajude a nação a apoiar a imagem do soberano .
A igreja, por seu lado, vai compreender que os fiéis se concentram nas cidades e vai deixar de estar tão ligada à comunidade monástica, virando-se agora para o projecto do que será o local por excelência do culto religioso, a catedral. Ao contrário da construção humilde e empírica do românico, a construção religiosa gótica abre portas a um espaço público de ensinamento da história bíblica, de grandiosidade, símbolo da glória de Deus e da igreja, símbolo do poder económico da burguesia, do estado e de todos os que financiaram a elevação do emblema citadino.

A Filosofia da Luz e a Abadia de Saint-Denis

O colorido e a exaltação da luz na rosácea de Sainte-Chapelle, Paris.
O nascimento do estilo, mais que o seu desaparecimento, pode ser definido cronologicamente com clareza, nomeadamente no momento da reconstrução da abadia real de Saint-Denis sob orientação do abade Suger entre 1137 e 1144. Esta abadia beneditina situada nas proximidades de Paris, em França, vai ser o veículo utilizado à comunicação dos novos valores simbólicos: por um lado a dignificação da monarquia, por outro a glorificação da religião. Este empreendimento tem por objectivo apresentar o maior centro patriótico e espiritual de toda a França, ofuscando todas as outras igrejas de peregrinação, trazendo para si mais crentes e restabelecer a confiança entre a igreja e o seu rebanho.
Para materializar esta ideia várias fontes e influências terrenas vão ter de ser, no entanto, bem contabilizadas e fundidas. A cabeceira (zona este da igreja) vai ser emprestada das já existentes igrejas de peregrinação, com ábside, deambulatório e capelas radiantes, assim como a utilização do arco quebrado de influência normanda. A técnica construtiva dá também neste momento um avanço significativo contribuindo com a abóbada de nervuras (sobre cruzaria de ogivas) e que vai permitir uma maior dinâmica e flexibilidade de construção. O impulso destas abóbadas vai ser recebido por contrafortes no exterior do edifício, libertando o espaço interior e dotando-o de uma leveza extraordinária.
Mas mais que uma junção de elementos, o estilo gótico é afirmação de uma nova filosofia. A estrutura apresenta algo novo, uma harmonia e proporção inovadoras resultado de relações matemáticas, de ordens claras impregnadas de simbolismo. Suger, que é fortemente influenciado pela teologia de Pseudo-Dionísio, o Areopagita, aspira uma representação material da Jerusalém Celeste. A luz é a comunicação do divino, o sobrenatural, é o veículo real para a comunhão com o sagrado, através dela o homem comum pode admirar a glória de Deus e melhor aperceber-se da sua mortalidade e inferioridade. Fisicamente a luz vai ter um papel de importância crucial no interior da catedral, vai-se difundir através dos grandes vitrais numa áurea de misticismo e a sua carga simbólica vai ser reforçada pela acentuação do verticalismo. As paredes, agora libertas da sua função de apoio, expandem em altura e permitem a metamorfose do interior num espaço gracioso e etéreo.
O espaço é acessível ao homem comum, atrai-o de uma maneira palpável, que ele é capaz de assimilar e compreender, o templo torna-se o ponto de contacto com o divino, um livro de pedra iconográfico que ilustra e ensina os valores religiosos e que vai, a partir deste momento, continuar o aperfeiçoamento da mesma.

Expansão, ramificação e uniformização
O núcleo central do estilo resume-se inicialmente à zona da Île-de-France, que abarca a zona de Paris e arredores, mas estende-se eventualmente a todo o território francês e transborda mesmo para lá das fronteiras ramificando-se pela Europa ocidental, principalmente a norte dos Alpes. A expansão do movimento alastra com o tempo para Inglaterra, Alemanha, Itália, Polónia e até à Península Ibérica, embora aqui com menos impacto.
Seguindo as rotas comerciais o estilo é exportado e vai permanecer por algum tempo como uma estética de carácter estrangeiro e adaptado. Já no decorrer do século XIII impõem-se as influências regionais e o estilo assume, dentro de um mesmo eixo condutor, diversas facetas demarcadas pelas diferentes culturas e tradições europeias. Mas a corrente artística não vai permanecer imutável e, do mesmo modo que se ramifica, vai acabar por se influenciar mutuamente e formar um conjunto uniforme e homogéneo por volta de 1400, denominado Gótico internacional. A meados do século XV a área de domínio gótica começa a reduzir e está practicamente extinta um século depois quando o Proto-Renascimento lança as primeiras ideias.
Em geral verifica-se que, em termos de permanência temporal, o movimento artístico difere profundamente de local para local, podendo-se, no entanto, definir aproximadamente as diferentes fases que o compoem.

Gótico primitivo, ou Proto-gótico
Assumem-se as ideias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis.
Gótico pleno, ou Gótico clássico
Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de construção e entra-se na fase do domínio construtivo arquitectónico com o tempo das grandes catedrais.
Gótico tardio
A expressão artística torna-se menos ambiciosa, fruto da crise económica e da Peste negra do século XIV a par com uma religião mais terrena e mundana praticada pelas ordens mendicantes.
Variantes decorativas
Gótico lanceolado: De 1200 a 1300.
Gótico radiante, irradiante ou rayonnant (século XIV de 1300 a 1400, uso de linhas radiais na traceria)
Gótico perpendicular (Inglaterra, século XIV, uso de linhas perpendiculares)
Gótico flamejante ou flamboyant (França, século XV de 1400 a 1500). Momento definido pela exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitectónicos. A própria designação do momento (flamejante, que deriva de chama) traduz a essência do novo gosto por uma ornamentação fluída e ondulante que cobre toda a superície arquitectónica como uma teia. Neste momento não existem, no entanto, evoluções estruturais.
Arquitectura
Ver artigo principal: Arquitectura gótica


Características gerais
Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico;
Paredes mais leves e finas;
Contrafortes em menor número;
Janelas predominantes;
Torres ornadas por rosáceas;
Utilização do arco de volta quebrada;
Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide.
A catedral
A arquitectura gótica não é um momento de ruptura drástica com os ideais anteriores, mas antes uma assimilação de alguns elementos independentes de diferentes fontes, metamorfoseada com o novo conceito de interpretação da arte religiosa. Os primeiros indícios surgem na Normandia do século XI com a era de construção monástica incentivada pela Ordem de Cluny. Mas já neste momento se aglomeram diversas influências posteriores que vão ser cruciais à tipologia da catedral gótica: as arquivoltas e a abóbada de arestas de origem lombarda e franca; a planta basilical modificada composta por três naves, transepto e três ábsides de influência carolíngia. Facto decisivo para a originalidade construtiva é o avanço técnico nas mãos das corporações de construtores, grupos formados pelos antigos mestres anónimos ao serviço das construções monásticas, que se movem livremente de obra para obra e impulsionam a técnica do arcobotante, elemento que vai suportar a impulsão da abóbada no exterior da catedral e vai libertar as paredes do esforço, tornando-as mais esbeltas e transmitindo uma ilusão de leveza no interior pela acentuação de verticalidade. Várias componentes adicionais, como as duas torres ocidentais, o sistema interior de divisão vertical em três áreas (arcada, trifório e clerestório – zona dos grandes vitrais), as colunas esguias, os arcos quebrados, a profusão de pináculos e diversos elementos decorativos vão formar uma tipologia maleável de grandes dimensões, que não obedece a um padrão pré-definido de número de partes e que varia de caso a caso (ver a título de exemplo a Catedral de Notre-Dame em Paris). A decoração interna e externa dos edifícios é bastante complexa e também um dos factores mais importantes. A geometrização vai dominar e consequentemente encontra-se uma multiplicidade de elementos compostos por círculos e arcos nos lavores de pedra (traceria) em remates de vitrais, arcos e gabletes. Estes ornamentos estão principalmente ligados à estilização de flora, identificando-se também referências ao universo humano e animal.
Elementos arquitectónicos
Interior:
arcada, abóbada de nervuras, arco quebrado, clerestório, coluna, rosácea, trifório, vitral
Exterior:
arcobotante, arquivolta, cogulho, contraforte, gablete, gárgula, florão, jamba, pináculo, portal, tímpano, torre, traceria
Áreas da catedral
ábside, capelas radiantes ou ábsides secundárias, coro, cruzeiro, deambulatório ou charola, nave, narthex, transepto
Arquitectura secular
O estilo gótico é, para a sociedade da época, extremamente contagiante e persuasivo, ultrapassando por isso as barreiras da arquitectura religiosa e transpondo-se para outras tipologias. Ao invés do românico estas características construtivas encontram-se, embora em menores dimensões e exuberância, em moradias da burguesia, câmaras municipais, hospitais e outras construções citadinas (reduzidas, no entanto, a elementos de índole decorativa).

Escultura gótica

Esculturas do portal da Catedral de Magdeburgo, As Três Virgens.
Já na Abadia de Saint-Denis se observa uma maior importância dada à escultura que no românico, sendo que se vai afirmar pela primeira vez como elemento independente à arquitectura e com objectivos próprios na Catedral de Chartres. De qualquer modo a escultura estará ainda estritamente ligada à catedral mas, em oposição ao “amontoado” do românico, demonstra agora consciência do seu próprio espaço e ocupa-o de modo ordenado e claro.

Cracóvia
Especialmente no portal de entrada para o templo se encontram as maiores produções escultóricas que proliferam nas ombreiras (jamba), arquivoltas e tímpanos. As estátuas nas ombreiras libertam-se progressivamente das colunas e da sua forma irreal e alongada ganhando volume e vida. A humanização das posturas e gestos é reforçada pela utilização de um eixo próprio para a figura, eixo este que se vai ondulando com o tempo e emprega à figura uma acentuada formação em S. Toda uma nova naturalidade vai determinar a composição e envolvência física: os pés passam a estar numa plataforma horizontal e não mais num plano inclinado; as roupagens e todo o volume corporal cedem à gravidade; aumenta a atenção ao pormenor transportado do quotidiano; e acima de tudo domina uma atitude elegante, uma expressão realista, serena e profundamente terna que estabelece comunicação pelo olhar, pelo sorriso e pelo gesto. A meados do século XIII esta estética elegante difunde-se, mas no início do século XIV a busca de efeitos de luz/sombra através do contraste entre volumes cunha as figuras de uma maior abstração.

Pintura gótica
A pintura gótica, uma das expressões da arte gótica, não assume um papel de destaque logo desde o início do desenvolvimento do estilo. Apareceu apenas em 1200 ou quase 50 anos depois do início da arquitetura e escultura góticas. Só mais tarde, entre 1300 e 1350, a pintura tem o seu apogeu como expressão independente da arquitetura. A transição do Românico para Gótico é bastante imprecisa e não uma quebra definida, mas pode-se perceber o início de um estilo mais sombrio e emotivo que o do período anterior. Esta transição ocorre primeiro em Inglaterra e França, cerca de 1200, na Alemanha, cerca de 1220 e na Itália, cerca de 1300 e 1400.
Vitral
De início a pintura surge como elemento de auxílio à estruturação da catedral numa das expressões de maior peso simbólico, o vitral. Este método, de unir pedaços de vidro colorido através de chumbo, foi o que melhor se adaptou à necessidade narrativa do interior da catedral gótica. Desenvolvendo-se bruscamente com as inovações técnicas de distribuição de peso das abóbadas, que permitiam a criação de grandes lances de entrada de luz, esta evolução desafia os mestres-vidreiros obrigando-os a um projecto metodicamente planeado, distanciando-se progressivamente da influência românica e assumindo um estilo pictórico próprio a partir de 1200 e com apogeu até 1250. No entanto a formulação pictórica vai permanecer associada à escultura no sentido em que as figuras são como estátuas projectadas numa superfície plana. O vitral assume um forte carácter abstrato sem efeito tridimensional, profundamente geométrico onde os únicos pormenores permitidos são as delineações a negro dos olhos, cabelos e pregas das roupas.


Iluminura
Após o apogeu do vitral a iluminura de manuscritos volta a assumir o papel principal na representação pictórica que vinha já desde o românico, mas no seu repertório formal passam-se a encontrar referências à arquitectura que até aqui eram muito limitadas. Por um lado as figuras estão integradas num ambiente arquitectónico de fundo onde são evidentes os traços do gótico, por outro lado as figuras exibem um tratamento volumétrico com as mesmas expressões graciosas e posições sinuosas da decoração escultórica da catedral. Mas mesmo neste enquadramento arquitectónico a profundidade e a perspectiva são ainda muito básicos, em grande parte pela contribuição dos contornos a negro das figuras que fazem lembrar as uniões num vitral e que as remetem para um plano bidimensional. Esta adopção dos elementos do gótico dever-se-à em grande parte à transposição da produção da iluminura dos mosteiros para as oficinas dos centros urbanos onde o gótico habita. Na última metade do século XIV a influência dos mestres italianos no norte europeu é forte e a iluminura ganha uma estrutura espacial mais harmoniosa.
Drôleries
Estas drôleries designam um tipo próprio de manuscrito ilustrado típico do gótico setentrional e que acaba por se alastrar a outras regiões. Nesta tipologia as composições adquirem uma liberdade quase ilimitada reunindo o humor grotesco com o fantástico e cenas do quotidiano analisadas ao mais ínfimo detalhe.

Mestres italianos
A Itália representa uma região com características muito próprias do estilo gótico. A influência bizantina, também denominada por maniera greca, de pintura afresco e sobre madeira, vai estar enraizada até aos finais do século XIII quando a pintura gótica se começa a desenvolver. Neste momento a pintura apresenta uma escala monumental e majestosa, uma forte dramatização dos personagens inseridos em planos de pouca profundidade e perspectiva distorcida. Os temas religiosos dominam e os tons dourados e vermelhos vão ajudar à associação de importância e santidade das personagens bíblicas.Neste campo Giotto é o expoente da audácia e originalidade estabelecendo pela primeira vez uma relação física entre a pintura e o espectador.

Gótico português





Arquitectura
Em Portugal, o estilo gótico aparece no último quartel do século XII, com as obras do Mosteiro de Alcobaça (começado em 1178 e habitado a partir de 1222). O Mosteiro, fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para a Ordem Cisterciense, é a primeira obra totalmente gótica de Portugal. Entretanto, a dissolução do estilo românico pelo gótico ocorreu lentamente, havendo muitas igrejas portuguesas de estilo de transição românico-gótico datando do século XIII e até do século XIV.
A expansão da arquitectura gótica em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em cidades portuguesas nos séculos XIII e XIV. Importantes exemplos são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra (hoje em ruínas), Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento do Carmo em Lisboa (hoje em ruínas e usado como museu arqueológico) e muitas outras. Também as ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo com Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar (fundada pelos Cavaleiros Templários). Algumas catedrais portuguesas também foram construídas em estilo gótico, como a Sé de Évora (séc XIII-XIV), a Sé de Silves (séc XIV-XV) e a Sé da Guarda (finais séc XIV-XVI).

Mosteiro da Batalha (séc XIV-XV).
Um marco na arquitectura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos. A obra do mosteiro, começada em 1388 e que seguiu até o século XVI, introduziu o gótico internacional flamejante em Portugal, distanciando-se da estética mendicante. Esse mosteiro influenciaria muitas obras de Portugal do século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo de Leiria, a Sé da Guarda, o Convento da Nossa Senhora da Conceição de Beja, entre outros.
O dissolução do gótico pelo estilo renascentista ocorreu lentamente, sendo o estilo intermediário chamado manuelino devido a que coincidiu com o reinado do rei D. Manuel I (1495-1521). O manuelino mistura formas arquitetónicas do gótico final com a decoração gótica e renascentista, criando um estilo tipicamente português. A partir do Mosteiro de Jesus de Setúbal, considerado a primeira obra manuelina, o estilo se espalha por Portugal e atinge o ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, ambos em Belém (Lisboa), a Igreja do Convento de Cristo de Tomar, as Capelas Imperfeitas e Claustro Real do Mosteiro da Batalha, além de muitos outros monumentos.
Além da arquitectura religiosa, muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico em Portugal, como os Castelos de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira.




Outras artes
Na escultura destacam-se os túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro, no Mosteiro de Alcobaça (séc XIV), os túmulos reais do Mosteiro da Batalha (séc XV), os túmulos da Sé de Lisboa, e das Sés de Braga e Évora (sécs XIV-XV) e muitos outros. Na pintura destaca-se Nuno Gonçalves e os Painéis de São Vicente (cerca de 1470), atribuídos a ele e hoje no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa.

O gótico e os descobrimentos

Durante o século XV e início do século XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores e Madeira. Por exemplo,a Igreja Matriz de Vila Franca do Campo (Ilha de S. Miguel, Açores) e a Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), que foi contruída entre 1493 e 1514, é uma típica igreja gótica-manuelina. No Brasil, por outro lado, não há construções góticas ou manuelinas, devido a que a colonização do território começou a partir de 1530, quando o estilo renascentista já era o estilo usado em Portugal.


Vista da Abadia de Westminster em Inglaterra. As torres são neogóticas (séc XVIII).
Dentro do espírito revivalista do Romantismo surge o gosto pela recriação de elementos da arte medieval, especialmente do gótico. Particularmente em Inglaterra esta nova corrente tem grande adesão, iniciando já em finais do século XVII com a aplicação de ornamentação ao estilo gótico em algumas construções novas. A partir de meados do século seguinte, e já não se assumindo somente como uma alternativa ao Rococó, este gosto é encarado com mais seriedade ficando também conhecido como victorian gothic (gótico victoriano).
Mas também a França assume uma posição representativa no Neogótico, liderada pela figura de Viollet-le-Duc e pelo seu trabalho na área do restauro em diversas catedrais francesas góticas. Não só assumiu um papel pedagógico no ensinamento das técnicas de aplicação deste gosto em construções modernas, como também compilou na Encyclopédie médiévale as diversas variantes formais do estilo, desde a arquitectura à indumentária da época.
Com mais ou menos intensidade o fascínio por esta época passada manteve-se até aos nossos dias um pouco por todo o mundo ocidental entrando pelo século XX adentro nas diversas vertentes artísticas ecléticas.




Neogótico no Brasil

Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, mas o revivalismo neogótico popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II. Uma das igrejas neogóticas brasileiras mais antigas é a Catedral de Petrópolis, começada em 1884 mas só concluída em 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. Outro exemplo precoce é a Igreja do Santuário do Caraça, em Minas Gerais, reconstruída em estilo neogótico entre 1860 e 1885. No Rio de Janeiro, o pitoresco Palácio da Ilha Fiscal foi construído entre 1881 e 1889 sobre uma ilha na Baía da Guanabara.
A Catedral da Sé de São Paulo (1913-1954), a Catedral de Santos (1909-1967) e a Catedral de Belo Horizonte (começada em 1913) são exemplos de edifícios neogóticos tardios. O neomanuelino (variante portuguesa do neogótico) está representado no Brasil em edifícios como o Real Gabinete Português de Leitura (1880-1887), no Rio de Janeiro, e o Centro Português de Santos (1898-1901).