HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM
LTC - Livros Técnicos e Científicos Edito
ra S/A, 21a. Ed., Rio de Janeiro, 1986.
Este livro tenta explicar a história pela teoria econômica, e a teoria econômica pela história. Não é uma história econômica nem uma história do pensamento econômico, mas um pouco de ambas.
DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO:- A sociedade feudal consistia dessas três classes - sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, sendo que o homem que trabalhava produzia para ambas as outras classes, eclesiástica e militar. Isto era muito claro, pelo menos para uma pessoa que viveu naquela época.
A maioria das terras agrícolas da Europa ocidental estava dividida em área conhecidas como “feudos”. Um feudo consistia apenas de uma aldeia e as várias centenas de acres de terra arável que a circundavam, e nas quais o povo da aldeia trabalhava.
Nas diversas localidades, os feudos variavam de tamanho, organização e relações entre o que os habitavam, mas suas características principais se assemelhavam, de certa forma.
Cada propriedade feudal tinha um senhor.
O senhor feudal vivia (ou visitava, já que freqüentes vezes possuía vários feudos; alguns senhores chegavam mesmo a possuir centenas) com sua família, empregados e funcionários que administravam sua propriedade.
A terra arável era dividida em duas partes, sendo a terça parte do todo, pertencente ao senhor, e a outra ficava em poder dos arrendatários que, então trabalhavam a terra.
Eram essas, portanto, as duas características importantes do sistema feudal. Primeiro, a terra arável era divida em duas partes, uma pertencente ao senhor e cultivada apenas para ele, enquanto a outra era dividida entre muitos arrendatários; segundo, a terra era cultivada não em campos contínuos, tal como hoje, mas pelo sistema de faixas espalhadas. Havia uma terceira característica marcante - o fato de que os arrendatários trabalhavam não só as terras que arrendavam, mas também a propriedade do senhor.
O camponês vivia numa choça do tipo mais miserável, trabalhando longa e arduamente em suas faixas de terra espalhadas. Conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida miserável. Teria vivido melhor, não fora o fato de que, dois ou três dias por semana, tinha que trabalhar a terra do senhor, sem pagamento. A propriedade do senhor tinha que ser arada primeiro, semeada primeiro e ceifada primeiro.
Uma estrada ou uma ponte necessitavam de reparos? Então o camponês devia deixar seu trabalho e atender à nova tarefa. Por pior que fosse o seu tratamento, o servo possuía família e lar e a utilização de alguma terra.
Havia vários graus de servidão: os servos dos domínios, que viviam permanentemente ligados à casa do senhor e trabalhavam em seus campos durante todo o tempo; os camponeses muito pobres, que mantinham pequenos arrendamentos de um hectare, que nem mesmo possuíam um pequeno arrendamento, mas apenas uma cabana; e os vilãos, que eram servos com maiores privilégios pessoais e econômicos. Alguns vilãos eram quase tão abastados como homens livres, e podiam alugar parte da propriedade do senhor, além de seus próprios arrendamentos.
Jamais se pensou em termos de igualdade entre senhor e servo. O servo trabalhava a terra e o senhor manejava o servo.
A organização, no todo, baseava-se num sistema de deveres e obrigações do princípio ao fim. A posse da terra não significava que pudéssemos fazer dela o que nos agradasse, como hoje. A posse implicava deveres que tinham que ser cumpridos, caso contrário, a terra seria tomada.
O senhor do feudo, como o servo, não possuía a terra, mas era, ele próprio, arrendatário de outro senhor, mas acima na escala. O servo, aldeão ou cidadão “arrendava” sua terra do senhor do feudo que, por sua vez, “arrendava” a terra de um conde, que já “arrendara” de um duque que, por seu lado, a “arrendara” ao rei. As pessoas que arrendavam diretamente ao rei, fossem nobres ou cidadãos comuns, eram chamadas “principais arrendatários”.
No período feudal, a terra produzia praticamente todas as mercadorias de que se necessitava e, assim, a terra e apenas a terra era a chave da fortuna do homem.
A Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão, mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de uma era religiosa e a Igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual tremendos. Mas, além disso, tinha riqueza, no único sentido que prevalecia na época - em terras.
A Igreja foi a maior proprietária de terras no período feudal. Homens preocupados com a espécie de vida que tinham levado, e desejosos de passar o lado direito de Deus antes de morrer, doavam terras à Igreja; outras pessoas, achando que a Igreja realizava uma grande obra de assistência aos pobres e doentes, desejando ajudá-las nessa tarefa, davam-lhe terras; alguns nobres e reis criaram o hábito de, sempre que venciam uma guerra e se apoderavam das terras do inimigo, doar parte delas à Igreja; e assim, se tornou proprietário de um terço e metade de todas as terras da Europa Ocidental, e bispos e abades se situaram na estrutura feudal da mesma forma que condes e duques.
Nos primórdios do feudalismo, a Igreja foi um elemento dinâmico e progressista. Preservou muito da cultura do Império Romano. Incentivou o ensino e fundou escolas. Ajudou os pobres, cuido das crianças desamparadas em seus orfanatos e construi hospitais para os doentes.
Enquanto os nobres dividiam suas propriedades, a fim de atrair simpatizantes, a Igreja adquiria mais e mais terras. Uma das razões por que se proibia o casamento aos padres era simplesmente porque os chefes da Igreja não desejavam perder quaisquer terras da Igreja mediante herança aos filhos de seus funcionários. A Igreja também aumentou seus domínios através do dízimo, taxa de 10% sobre a renda de todos os fiéis.
O colono que deduzia as despesas do trabalho antes de lançar o dízimo a suas colheitas era condenado ao inferno. A Igreja se não tivesse tratado tão mal a seus servos, não teria extorquido tanto do campesinato, e haveria menos necessidade de caridade.
O clero e a nobreza constituíam as classes governantes. Controlavam a terra e o poder que delas provinha. A Igreja prestava ajuda espiritual, enquanto a nobreza, proteção militar. Em troca exigiam pagamento das classes trabalhadoras, sob a forma de cultivo das terras.
Hoje em dia, quem tem dinheiro não o deseja guardar, mas sim movimentá-lo, buscando um meio lucrativo de investimento. O dinheiro pode ser aplicado em negócios, em ações de uma companhia siderúrgica; pode ser empregado na aquisição de apólices do governo, ou num sem-número de outras coisas, Hoje há mil e uma maneiras de se aplicar capital, na tentativa de obter mais capital.
No início da Idade Média, poucos tinham capital para aplicar, e os que o possuíam pouco emprego encontravam para ele. Todo o capital dos padres e dos guerreiros era inativo, estático, imóvel, improdutivo.
Não se necessitava diariamente de dinheiro para adquirir coisas? Não, porque quase nada era comprado e praticamente toda a alimentação e o vestuário de que o povo precisava eram obtidos no feudo. Havia uma economia de consumo, em que cada aldeia feudal era praticamente auto-suficiente. Se alguém perguntar quanto pagamos por uma casaco novo, a proporção é de 100 para 1 como você responderá em termos de dinheiro. Mas se essa mesma pergunta fosse feita no início do período feudal, a resposta provavelmente seria: “Eu mesmo o fiz”. O senhor do feudo, logo atraía à sua casa os servos que se mostravam bons artífices, a fim de fazer os objetos de que precisava.
Sem dúvida, havia um certo intercâmbio de mercadorias. Alguém podia não ter lã suficiente para fazer seu casaco, ou talvez não houvesse na família alguém com bastante tempo ou habilidade. Nesse caso, a resposta à pergunta sobre o casaco poderia ser: “Paguei cinco galões de vinha por ele.”
Mas com o comércio em tão baixo nível não havia razão para a produção de excedentes em grande escala. Só se fabrica ou cultiva além da necessidade de consumo quando há uma procura firme. Quando não há essa procura, não há incentivo à produção de excedentes.
Outros obstáculos retardavam a marcha do comércio. O dinheiro era escasso e as moedas variavam conforme o lugar. O transporte de mercadorias para longas distâncias, sob tais circunstâncias, obviamente era penoso , perigoso, difícil e extremamente caro. Mas não permaneceu pequeno. Chegou o dia em que o comércio cresceu, e cresceu tanto que afetou profundamente toda a vida da Idade Média. O século XI viu o comércio evoluir a passos largos; o século XII viu a Europa ocidental transformar-se em conseqüência disso.
As Cruzadas levaram novo ímpeto ao comércio. Os cruzados que regressavam de suas jornadas ao Ocidente traziam com eles o gosto pelas comidas e roupas requintadas que tinham visto e experimentado, registrou-se um acentuado aumenta na população depois do século X, e esses novos habitantes necessitavam de mercadorias. Parte dessa população não tinha terras e viu nas Cruzadas uma oportunidade de melhorar sua posição na vida.
A Igreja envolveu essas expedições de saque num manto de respeitabilidade, fazendo-as aparecer como se fossem guerras com o propósito de difundir o Evangelho ou exterminar pagãos, ou ainda defender a Terra Santa.
Primeiro havia a Igreja. Animada, sem dúvida, por um motivo religioso honesta. Mas também com o bom senso de reconhecer a idéia de transportar o furor violento dos guerreiros a outros países que se poderiam converter ao cristianismo, caso a vitória lhes sorrisse.
Segundo, havia a Igreja e o Império Bizantino, com sua capital em Constantinopla, muito próximo ao centro do poder muçulmano na Ásia. Enquanto a Igreja Romana via nas Cruzadas a oportunidade de estender seu poderio, a Igreja Bizantina via nelas o meio de restringir o avanço muçulmano ao seu próprio território.
Terceiro, havia os nobres e cavaleiros que desejavam os saques, ou estavam endividados, e os filhos mais novos, com pequena ou nenhuma herança - todos julgavam ver nas cruzadas uma oportunidade para adquirir terras e fortuna.
Quarto, havia as cidades italianas de Veneza, Gênova e Pisa. Veneza foi sempre uma cidade comercial, qualquer cidade localizada num arquipélago a isso era obrigada. Veneza apresentava uma localização ideal para a época, pois o bom comércio era o do Oriente, tendo o Mediterrâneo como saída, e permaneceu ligada a Constantinopla e ao Oriente, depois que a Europa ocidental se dispersou.
As cidades comerciais italianas encaravam as Cruzadas como uma oportunidade de obter vantagens comerciais para as cidades italianas. Os cruzados atravessaram Jerusalém, em demanda das cidades comerciais ao longo da costa.
A quarta Cruzada começou em 1201. Desta vez, Veneza desempenhou o papel mais importante e lucrativo, embora os venezianos estivessem desejosos de ajudar a marcha dessa Cruzada, “por amor de Deus”, não permitiam que tão grande amor os cegasse quanto a melhor parte da pilhagem. Eram grandes homens de negócios. Do ponto de vista religioso, pouco duravam os resultados das Cruzadas, já que os muçulmanos, oportunamente, retomaram o reino de Jerusalém. Do ponto de vista do comércio, entretanto, os resultados forma tremendamente importantes. Elas ajudaram a despertar a Europa de seu sono feudal, espalhando sacerdotes, guerreiros, trabalhadores e uma crescente classe de comerciantes por todo o continente; intensificaram a procura de mercadorias estrangeiras; arrebataram a rota do Mediterrâneo das mãos dos muçulmanos e a converteram, outras vez, na maior rota comercial entre o Oriente e o Ocidente, tal como antes.
Hoje o comércio é contínuo, em toda a parte. Nossos meios de transporte são tão aperfeiçoados que as mercadorias dos pontos extremos da terra chegam, em fluxo constante, às nossas grandes cidades, e tudo quanto mais precisamos fazer é ir às lojas e escolher o que queremos.
É importante observar a diferença entre os mercados locais semanais dos primeiros tempos da Idade Média e essas grandes feiras do século XII ao XV. Os mercados eram pequenos, negociando com os produtos locais, em sua maioria agrícolas. As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido. A feira era o centro distribuidor onde os grandes mercadores, que se diferenciavam dos pequenos revendedores errantes e artesãos locais, compravam e vendiam as mercadorias estrangeiras procedentes do Oriente e Ocidente, Norte e Sul.
Além de convidar os mercadores de todas as partes as partes para participar das feiras, o regulamento da Champagne lhes oferece salvo-conduto para ir e voltar. Isso era importante, numa época em que os ladrões infestavam as estradas. Tudo isso era determinado pelo senhor da província onde a feira se realizava.
Mas por que o senhor da cidade onde a feira se realizava preocupava-se em fazer esses preparativos especiais? Simplesmente porque a feira proporcionaria riqueza aos seus domínios e a ele pessoalmente. Havia uma taxa de entrada e de saída, e de armazenamento das mercadorias; havia uma taxa de venda e uma taxa para armar a barraca na feira. Os mercadores não se opunham a esses pagamentos, porque eram bem conhecidos, fixados, e não muito altos.
Uma outra característica importante desses grandes centros comerciais ao mencionado de Jehan de Lanstais “...que em qualquer parte do dito mercado, em nossa mencionada cidade de Lille, ou onde quer que a troca do dinheiro seja levada a cabo, ele pode estabelecer-se, ocupar e empregar um balcão e trocar dinheiro... pelo tempo que nos agrade... em troca do que ele nos pagará, cada ano, através de nosso recebedor em Lille, a soma de 20 libras parisienses.”
Entre seus clientes contavam-se papas e imperadores, reis e príncipes, repúblicas e cidades. Negociar em dinheiro levou a conseqüências tão grandes que passou a constituir uma profissão separada.
Quando o dinheiro é largamente empregado, não é necessário carregar cinco galões de vinho pela redondeza, até encontrar alguém que queira vinho e tenha um casaco para trocar. Não; basta vender o vinho por dinheiro, e então, com esse dinheiro, comprar um casaco. Assim, o uso do dinheiro torna o intercâmbio de mercadorias mais fácil e , dessa forma, incentiva o comércio. A intensificação do comércio, em troca, reage na extensão das transações financeiras.
Á medida que o riacho irregular do comércio se transformava em corrente caudalosa, todo pequeno broto da vida comercial, agrícola e industrial recebia sustento e florescia. Um dos efeitos mais importantes do aumento no comércio foi o crescimento das cidades.
Á medida que o comércio continuava a se expandir, surgiam cidades nos locais em que duas estradas se encontravam, ou na embocadura de uma rio, ou ainda onde a terra apresentava um declive adequado. Tais eram os lugares que os mercadores procuravam. Neles, além disso, havia geralmente uma igreja, ou uma zona fortificada chamada ‘burgo’ que assegurava proteção em caso de ataque.
O povo começou a deixar suas velhas cidades feudais para iniciar vida nova nessas ativas cidades em progresso. A expansão do comércio significava trabalho para maior número de pessoas e estas afluíam à cidade, a fim de obtê-lo.
Uma de suas provas de que o mercador e o habitante da cidade constituíam uma única e mesma pessoa é o fato de que, logo no início do século XII, a palavra mercador, significando mercador, e burgensis, significando aquele que vive na cidade, eram usadas alternadamente.
Se recapitularmos o estabelecimento da sociedade feudal, veremos que a expansão do comércio, trazendo em conseqüência o crescimento das cidades, habitadas sobretudo por uma classe de mercadores que surgia, logicamente conduziria a um conflito. Toda a atmosfera do feudalismo era a da prisão, ao passo que a atmosfera total da atividade comercial na cidade era a da liberdade.
As leis e a justiça feudais se achavam fixadas pelo costume e eram difíceis de alterar. Mas o comércio, por sua própria natureza, é dinâmico, mutável e resistente às barreiras. A vida na cidade era diferente da vida no feudo e novos padrões tinham que ser criados.
A população das cidades queria liberdade. Queria ir e vir quando lhe aprouvesse.
As populações urbanas desejavam proceder a seus próprios julgamentos, em seus próprios tribunais. Eram contrárias às cortes feudais, vagarosas, que se destinavam a tratar dos casos de uma comunidade estática, e totalmente inadequadas aos novos problemas que surgiam numa cidade comercial dinâmica.
As populações urbanas queriam estabelecer seus próprios tribunais, devidamente capacitados a tratar de seus problemas, em seu interesse. Queriam, também, elaborar sua própria legislação criminal. Manter a paz nas pequenas aldeias feudais não se comparava ao problema de manter a paz na cidade em desenvolvimento, com maiores riquezas e população móvel. As populações das cidades desejavam fixar seus impostos à sua maneira, e o fizeram. Desejavam empreender negócios e, assim, empenharam-se em abolir as taxas, de qualquer tipo, que os tolhessem.
É de supor que os bispos e senhores feudais tenham percebido que ocorriam mudanças sociais de grande importância. É de supor que alguns tenham reconhecido ser impossível barrar o caminho dessas forças históricas. Parece fato, através da história, que os donos do poder, os abastados, se utilizarão sempre de quaisquer meios para manter o que possuem.
Como ocorre com freqüência na história, muitas dessas pessoas abastadas imaginavam sinceramente que, se as coisas não permanecessem como estavam, todo o sistema social desmoronaria. E como as populações das cidades não acreditavam nisso, muitas cidades só conquistaram sua liberdade depois que a violência irrompeu.
Na verdade, as populações das cidades em luta, dirigidas pela associações de mercadores organizados, não eram revolucionárias no sentido de que emprestamos à palavra. Não lutavam para derrubar seus senhores, mas apenas para fazê-lo abandonar algumas das práticas feudais já gastas pelo uso, que constituíam um estorvo decisivo à expansão do comércio.
Na luta pela conquista da liberdade, os mercadores assumiram a liderança. Constituíam o grupo mais poderoso e lograram para suas associações e sociedades todos os tipos e privilégios. As associações de mercadores exerciam com freqüência, um monopólio sobre o comércio por atacado das cidades.
Seu objetivo único era possuir o controle total do mercado. Quaisquer mercadorias que entrassem ou saíssem da cidade tinham que passar por suas mãos. Devia ser eliminada a concorrência de fora. Os preços das mercadorias deviam ser determinados pelas associações. O controle do mercado teria que ser seu monopólio exclusivo.
As associações de mercadores, tão ávidas em obter privilégios monopolistas, e tão observadoras de seus direitos, mantinham seus membros numa linha de conduta determinada por uma série de regulamentos que todos tinham que cumpri. O integrante da sociedade gozava de certas vantagens, mas só podia permanecer como membro se seguisse à risca as regras da associação. Estas eram muitas e rígidas. Rompê-las podia significar a expulsão total ou outras formas de punição.
Os direitos que mercadores e cidades conquistaram refletem a importância crescente do comércio como fonte de riqueza. E a posição dos mercadores na cidade reflete a importância crescente da riqueza em capital, em contraste com a riqueza em terras.
Nos primórdios do feudalismo, a terra, por si só, constituía a mediasse da riqueza do homem. Com a expansão do comércio surgiu um novo tipo de riqueza - a riqueza em dinheiro. No início da era feudal o dinheiro era inativo, fixo, móvel; agora tornara-se ativo, vivo, fluido. Agora um novo grupo surgia - a classe média, vivendo de uma forma diferente, da compra e da venda.
A maioria dos negócios é hoje realizada com dinheiro emprestado, sobre o qual pagam-se juros.
Houve época em que se considerava crime grave cobrar juros pelo uso do dinheiro. No princípio da Idade Média o empréstimo de dinheiro a juros era proibido por uma potência cuja palavra constituía lei para toda a cristandade.
Essa potência era a Igreja. Emprestar a juros, dizia ela, era usura, e a usura era pecado.
Mas não era apenas a Igreja que condenava a usura. Os governos municipais, e mais tarde os governos dos Estados, baixaram leis contra ela.
Naquela sociedade, onde o comércio era pouco e a possibilidade de investir dinheiro com lucro praticamente não existia, se alguém desejava um empréstimo, certamente não tinha por objetivo o enriquecimento, mas precisava dele para viver.
De acordo com o sentimento medieval, a pessoa que, nessa circunstâncias, o ajudasse, não deveria lucrar com sua desventura. O bom cristão ajudava o vizinho sem pensar em lucro. O justo era apenas receber o que se emprestara, nada mais nem menos.
Hoje em dia é possível fazer, num negócio comercial, a um estranho, o que não faríamos a um amigo ou vizinho. Assim, o industrial fará tudo ao seu alcance para esmagar um concorrente. Venderá com prejuízo, se empenhará numa guerra comercial, conseguirá descontos especiais, tentará todos os recursos possíveis para encurralar seu rival. Essas atividades arruinarão o competidor. O industrial ou comerciante sabe disso, contudo continua a realizá-las porque ‘negócio é negócio’.
A Igreja ensinava que, se o lucro do bolso representava a ruína da alma, o bem-estar espiritual estava em primeiro lugar.
A moderna noção de que qualquer transação comercial é lícita desde que seja possível realizá-la não fazia parte do pensamento medieval. O homem de negócios bem-sucedido de hoje, que compra pelo mínimo e vende pelo máximo, teria sido duas vezes excomungado na Idade Média.
Embora os bispos e reis combatessem e fizessem leis contra os juros, estavam entre os primeiros a violar tais leis. Eles mesmos tomavam empréstimos, ou os faziam a juros - exatamente quando combatiam outros usuários!
Assim, aos poucos foi desaparecendo a doutrina da usura da Igreja, e ‘a prática comercial diária’ passou a predominar. Crenças, leis, formas de vida em conjunto, relações pessoais - tudo se modificou quando a sociedade ingressou em nova fase de desenvolvimento.
Uma das modificações mais importantes foi a nova posição do camponês. Enquanto a sociedade feudal permanecia estática, com relação entre senhor e servo fixada pela tradição, foi praticamente impossível ao camponês melhorar sua condição.
Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do comércio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos. Surge portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo. Uma se concentra na produção industrial e no comércio, o outro na produção agrícola para abastecer o crescente mercado representado pelos que deixaram de produzir o alimento que consomem.
Assim como os pioneiros nos Estados Unidos, procurando uma forma de melhorar sua situação, lançaram os olhos sobre as terras virgens do oeste, assim o ambicioso campesinato da Europa ocidental do século XII voltou seus olhos para as terras incultas, então abundantes, como meio de fugir à opressão.
Mas nos Estados Unidos os pioneiros tinham acesso praticamente a todo o continente, ao passo que onde poderiam os camponeses oprimidos da Europa do século XII encontrar terra? É fato surpreendente, mas verídico, que na época cultivava-se apenas metade das terras da França, um terço da Alemanha, um quinto da Inglaterra. O resto simplesmente consistia de florestas, pântanos e terrenos inaproveitados. A Europa do século XII tinha a sua fronteira móvel, tal como a América do século XVII.
No entanto, a Europa teve sua ‘marcha para oeste’ cinco séculos antes da marcha americana. Quando os pioneiros nos Estados Unidos quebravam seus machados nas árvores do oeste norte-americano entre os séculos XVII e XIX, os sons que ouviam eram ecos dos sons provocados pelos seus ancestrais na Europa, quinhentos anos antes, em circunstâncias semelhantes. Para os pioneiros do século XII, como para os do século XVII, a luta foi longa e árdua, mas a vitória significou a liberdade e a possibilidade de ser, total ou parcialmente, dono de um pedaço de terra, isento do pagamento do cansativo trabalho a que os camponeses sempre estavam obrigados.
Durante anos o camponês se havia resignado à sua sorte infeliz. E como a possibilidade de se elevar acima de sua situação praticamente não existia, quase não tinha incentivos a fazer mais do que o necessário para sobreviver. Executava suas tarefas rotineiras de acordo com os costumes. Não havia interesse em fazer experiências com sementes ou outras formas de produzir , porque o mercado onde podia vender a produção era limitado, e muito possivelmente o senhor tomaria a parte do leão ao aumento da colheita.
Mas a situação se modificara. O mercado crescera tanto que qualquer colheita superior às necessidades do camponês e do senhor poderia ser vendida. Em troca, o camponês recebia dinheiro, prosperava, e a cidade próxima era um lugar maravilhoso onde servos como ele tinham ocasionalmente perambulado e gostado.
Mas o senhor estava pronto a trocar o trabalho do servo pelo dinheiro. Tinha muitas necessidade dele para pagar as belas roupas do Oriente que comprará na feira há alguns meses. O senhor tinha muito em que empregar qualquer dinheiro que o servo lhe pudesse pagar.
O senhor realmente não tinha alternativa, pois se não aliviasse as obrigações dos servos, era muito possível que alguns deles fugissem, deixando-o em necessidade de trabalho e dinheiro.
Documentos do mesmo período mostram que grande número de servos, além de comprar a liberdade de sua terra da obrigação de trabalhar, também compravam a liberdade pessoal.
Os camponeses não se limitavam a fazer queixas energéticas. E invadiram a propriedade da Igreja, lançavam pedras nas janelas, e depredavam.
Nesta época, por sinal, a Peste Negra foi um grande fator para a liberdade. A Peste Negra, portanto matou mais gente na Europa, no século XIV, do que a Primeira Guerra Mundial, em quatro anos.
E, com a morte de tanta gente, o maior valor seria atribuído aos serviços dos que estavam vivos, e o trabalho do camponês valia mais do que nunca, e ele saiba disso, juntamente com o senhor. Os que haviam recusado a comutar a prestação de trabalho a que os servos estavam obrigados mostraram-se mais dispostos ainda a conservar o mesmo estado das coisas.
A indústria também mudou.
O progresso das cidades e o uso do dinheiro deram aos artesãos uma oportunidade de abandonar a agricultura e viver de seu ofício.
Todos que se ocupavam de um determinado trabalho, aprendizes, jornaleiros, mestres, etc, pertenciam a mesma corporação.
As corporações lutaram para manter o monopólio dos respectivos artesanatos, e não permitiam aos estrangeiros que se imiscuíssem em seu mercado.
No início do período medieval, o mercado tinha âmbito apenas local, reunindo habitantes da cidade e dos campos bem vizinhos.
Havia diferenças de preço, por condições imprevistas, e pela ambição do comerciante. A noção do justo preço se enquadrava na economia do mercado pequeno, local e estável.
No entanto, do controle das corporações exclusivistas ao controle do governo municipal bastava um passo, que foi dado pelos membros dessas grandes organizações. Associações, como sindicatos hoje, lutavam por maiores salários, e a resistência que enfrentavam dos patrões.
Houve luta de classes - pobre contra rico, e em alguns lugares os pobres venceram, queriam liberdade dos senhores feudais.
Nesta época a religião era universal, os cristãos seriam mesmo da Igreja Católica, pois era a única. E era necessário pagar impostos, taxas, isso e aquilo para a Igreja.
A ascensão da classe média é um dos fatos importantes desse período do século X ao XV.
Não foi fácil reduzir os privilégios monopolistas das cidades poderosas. Os camponeses que desejavam cultivar seus campos, os artesãos que pretendiam praticar seus ofício, saudaram a formação de um governo central forte, com poder para substituir os numerosos regulamentos locais por um único, para transformar a desunião em unidade.
A Igreja no entanto, era muito rica, possuindo um terço e metade de toda a terra. Os reis necessitavam de dinheiro, parecia-lhes que a fortuna da Igreja, já então enorme e aumentando sempre, devia ser taxada, para ajudar a pagar as despesas da administração do Estado.
Os abusos da Igreja, não podia ser despercebidos, pois os seus atos dela eram bem diferentes dos seus ensinamentos. Sendo até escândalos públicos.
Martin Lutero, não cometeu engano em tentar derrubar os privilegiados, ele não era um radical, apelava para o nacionalismo, e contribuía para a Reforma naquele preciso momento.
A luta tomou como nome Reforma protestante. Constituiu a primeira batalha da nova classe média contra o feudalismo.
Tudo que os reis viam era o lucro imediato que lhes advinha da desvalorização da moeda. Os conselheiros dos reis se preocupavam com os efeitos da desvalorização da moeda. Os reis não só tentaram , por todos os meios, reter todo ouro e prata existentes no país, mas também aumentar sua quantidade, concedendo privilégios especiais aos mineiros.
Nessa época, quando o ouro e a prata eram tão necessários à expansão do comércio, essa mesma expansão levou à descoberta de grandes jazidas desses metais que, por sua vez, conduziram a uma expansão ainda maior do comércio.
E navios se fizeram mar adentro, bravamente em todas as direções. A viagem de Colombo rumo ao Ocidente foi apenas uma do sem-número de viagens semelhantes que se empreenderam.
Nos séculos XVI e XVII as guerras foram quase contínuas, e eram financiadas pelos mercadores e banqueiros.
Durante os séculos XVI e XVII, A IDADE DOS FUGGER foi também a idade dos mendigos, na Holanda, Inglaterra.
A Primeira Guerra Mundial é uma explicação para essa miséria generalizada, bateu todos os recordes de ruínas e misérias nas regiões da Europa onde a luta se travou.
Enquanto os mercadores da Inglaterra, Holanda e França, amontoavam fortunas enormes no comércio, os espanhóis haviam descoberto uma forma mais simples de aumentar as somas de dinheiro de sue tesouro. Embora seus exploradores não tivessem conseguido descobrir uma rota par as Índias que lhes proporcionasse lucros comerciais, esbarraram com os continentes da América do Norte e Sul.
Os reis guerreavam, e pagavam para o abastecimento dos soldados. Os espanhóis compravam mais do que vendiam.
Em conseqüência dos influxo de metais preciosos para a Europa, os preços se elevaram muito.
As pessoas com renda fixa e os salários dos trabalhadores sofreram, um período de alta de preços é quase sempre também um período de elevação de salários, e portanto seria de esperar que no fim tudo desse certo.
Para tentar essa alta nos preços, sentiram que era necessário arrancar mais dinheiro da terra, de duas maneira, o fechamento das terra e a elevação dos arrendamento.
O fechamento ocorreu em certas proporções na Europa, principalmente na Inglaterra, era um sistema prejudicial, pois o lavrador empreendedor e dinâmico não podia trabalhar um ritmo próprio, ou tentar novas experiências.
Os arrendamentos e as taxas pagas quando um novo arrendatário tomava conta de uma propriedade estavam praticamente estacionados. Haviam sido fixos pelo hábito e no passado, o hábito tinha força de lei.
O movimento de fechamento das terras provocou muito sofrimento, mas ampliou as possibilidades de melhorar a agricultura. E quando a indústria capitalista teve necessidade de trabalhadores, encontrou parte da mão-de-obra entre esses infelizes desprovidos de terra, que haviam passado a ter apenas a sua capacidade de trabalho para ganhar a vida.
A expansão do mercado. É uma chave importante para a compreensão das forças que produziram a indústria capitalista.
Entra em cena o intermediário, e as cinco funções do mestre artesão se reduziram a três - trabalhador, empregador, capataz. Os ofícios de mercador e comerciante deixaram de ser atribuição sua. O intermediário lhe entrega a matéria-prima e recebe o produto acabado. O intermediário coloca-se entre ele e o comprador. A tarefa do mestre artesão passou a ser simplesmente produzir mercadorias acabadas tão logo recebe a matéria-prima.
As corporação pensavam de modo inverso. Sempre que preciso, o intermediário contornava os regulamentos, e regras colocando sua indústria fora da jurisdição da corporação, fora da cidades, onde o trabalho podia ser executado pelo métodos que melhor lhe conviessem, sem se preocupar com as restrições das corporações quanto a salários, número de aprendizes, etc...
No sistema de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um papel. Com o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante. Era necessário muito dinheiro para comprar matéria-prima para muitos trabalhadores, e para organizar a distribuição dessa matéria prima e sua venda como produto acabado, mais tarde. Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica.
Nessa época houve a exploração do trabalho infantil, com crianças até de três anos trabalhando.
A Espanha no século XVI foi o mais rico e poderoso país do mundo, devido ao ouro e a prata, que eram o índice de sua riqueza e poder.
Como os governos acreditavam nessa teoria de que quanto mais ouro e prata houvesse num país, tanto mais seria rico, o passe seguinte era óbvio. Baixaram-se leis proibindo a saída desses metais.
A companhia Inglesa das Índias Orientais tinha em seus estatutos uma cláusula que lhe dava o direito de exportar o ouro. Quando no século XVII, muitos panfletários a atacaram por enviar riquezas para fora da Inglaterra.
O negócio portanto era exportar mercadorias de valor e importar apenas oque fosse necessário, recebendo o saldo em dinheiro sonante. Isso significa estimular a indústria por todos os meios possíveis, porque seus produtos valiam mais que os da agricultura, e portanto obteriam mais dinheiro nos mercados estrangeiros.
O estímulo público solicitado veio na forma de proteção contra a competição estrangeira, através de altos impostos sobre produtos manufaturados importados. Em certos casos, os governos chegaram mesmo a proibir a importação de determinados artigos, quaisquer circunstâncias.
O estado estavam sempre pronto a estimular a indústria, subsidiando-a diretamente ou de qualquer um dos modos já mencionados.
Mas a Inglaterra e França não estavam satisfeitas de ver mercadoria inglesas e francesas sendo transportadas pelos navios holandeses. Não lhes agradava pagar bom dinheiro aos marinheiros holandeses para servir de transportadores de seus produtos. As leis de navegação inglesas tinham como um dos objetivos principais tomar aos holandeses o controle dos serviços de transportes marítimos.
Se observa que a crença de que não há nada mais importante e necessário para o bem geral do Estado, do que a redução do comércio e indústria de um estado rival só poderia levar a uma coisa: guerra. O fruto da política mercantilista é a guerra, a luta pelos mercados, colônias, e tudo isso mergulhou nações rivais numa guerra após a outra.
1776 foi um ano de revolta. Aos norte-americanos, ele lembra a declaração da independência, a revolta contra a política colonial mercantilista da Inglaterra; aos economistas de todos o mundo, lembra a publicação da Riqueza das nações, de Adam Smith - súmula da rebelião contra a política mercantilista - restrição, regulamentação, contenção. Um número cada vez maior de pessoas não concordava com a teoria nem com a prática mercantilista. Os comerciantes queriam uma parte dos enormes lucros das companhias monopolizadoras privilegiadas. Os homens que tinham dinheiro desejavam usá-lo como, quando e onde lhes aprouvesse.
Estavam casados do “podem fazer isso, não podem fazer aquilo”. Estavam enojados das “Leis contra...Impostos sobre...Prêmios para...”. Queriam o comércio livre.
O Inquiry into the Nature and Causes of Wealth of Nations, de Adam Smith, foi um desses livros que dominam a imaginação do público e varrem país após país.
Adam Smith se ocupava mais do estudo das causas que influenciam a produção e distribuição da riqueza. A maioria dos mercantilistas tinha interesses a defender, mas os ocultava dizendo que o país se tornaria mais rico defendendo precisamente esses interesses. Smith, ao contrário, interessou-se mais pela análise do que pelas sugestões práticas, e abordou o assunto de forma científica, pois, toda medida mercantilista teve seus críticos.
Há a explicação sobre elevação e redução de preços de acordo com a quantidade do dinheiro em circulação. Hume partiu desse ponto. “Se considerarmos qualquer reino em si, é evidente que a maior ou menor abundância de dinheiro não tem importância: pois o preço das mercadorias é sempre proporcional à abundância do dinheiro”.
Entretanto, embora os economistas de hoje discordem de muitos aspectos da teoria fisiocrata, atribuem-lhe o mérito de mostrar que a riqueza de um país não deve ser estima como uma soma fixa de mercadorias acumuladas, mas sim pela sua renda, não como um estoque, mas como um fluxo.
O comércio livre é desejável, mas com uma simplificação:
1) O aumento da produtividade ocorre com a divisão do trabalho;
2) A divisão do trabalho aumenta ou diminui segundo o tamanho do mercado;
3) O mercado se amplia ao máximo possível pelo comércio livre. Portanto, o comércio livre proporciona a maior produtividade.
DE ONDE VEM O DINHEIRO???
O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou trabalho com a finalidade de vendê-los novamente com lucro.
O lucro vem do fato de receber o trabalhador um salário menor do que o valor da coisa produzida. O capitalista é dono dos meios de produção - edifícios, máquinas, matéria prima, etc.; compra a força de trabalho. É da associação dessas duas coisas que decorre a produção capitalista.
O dinheiro não é a única forma de capital. Um industrial de hoje pode ter pouco ou nenhum dinheiro, e não obstante ser possuidor de grande volume de capital. Pode ser dono de meios de produção. Isso, o seu capital, aumenta na medida em que ele compra a força de trabalho.
Haverá uma moral para os capitalistas, sempre..., na história de como os indianos pegam macacos, contada por Arthur Morgan? “Segundo a história, tomam de um coco e abrem-lhe um buraco, do tamanho necessário para que nele o macaco enfie a mão vazia. Colocam dentro torrões de açúcar e prendem o coco a uma árvore. O macaco mete a mão no coco e agarra os torrões, tentando puxá-los em seguida. Mas o buraco não é bastante grande para que nele passe a mão fechada, e o macaco, levado pela ambição e gula, prefere ficar preso a soltar o açúcar”.
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